Demanda por turbinas a gás nos EUA atinge recorde desde 2011 com avanço da IA

Previsão para 2025 aponta 1.025 unidades, sendo 183 de grande porte; em 2021, no auge da crise, foram entregues menos de 500 unidades.

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(Imagem de reprodução da internet).

Demanda Global por Eletricidade Aumenta com a Inteligência Artificial

A explosão da inteligência artificial elevou a demanda global por eletricidade. Nesse contexto, fontes que estavam em baixa, como o gás e a energia nuclear, estão passando por uma recuperação inesperada, mesmo com os compromissos de zerar emissões e a expansão das energias renováveis.

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Após anos de retração, a indústria de turbinas a gás voltou a crescer em 2022, ano marcado pelo início da guerra na Ucrânia e pelo lançamento do ChatGPT pela OpenAI. Contudo, a demanda se acelerou de forma significativa apenas em 2024.

Retomada da Indústria de Turbinas a Gás

Em 2017, a Siemens Energy anunciou cortes de 6.900 empregos devido a “disrupção de escopo e velocidade inéditas” e previu que a demanda se estabilizaria em cerca de 110 grandes unidades por ano, bem abaixo da capacidade de 400 do setor. Atualmente, o cenário é diferente, com o motor da indústria voltando a girar.

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As previsões para 2025 indicam 1.025 unidades encomendadas, sendo 183 grandes unidades, o maior volume desde 2011, conforme a consultoria Dora Partners. Em 2021, durante o auge da baixa, foram entregues menos de 500 unidades.

Impacto da Inteligência Artificial no Consumo de Energia

O consumo de energia de data centers, impulsionado pela IA, está gerando uma nova alta na produção de turbinas. Nos Estados Unidos, a expectativa é que esses centros consumam entre 6,7% e 12% da eletricidade total até 2028, comparado a 4,4% em 2023.

Assim, os EUA se tornaram o epicentro da construção de usinas termelétricas a gás. Na Louisiana, por exemplo, três novas unidades estão sendo construídas para atender ao campus de data centers da Meta, o Hyperion. A previsão é que os EUA respondam por 46% das encomendas globais em 2025, superando a média histórica de 29%.

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Consequências Políticas e Ambientais

Essa nova demanda traz implicações políticas e ambientais. Países asiáticos emergentes, que investiram no gás natural liquefeito como combustível de transição, podem enfrentar dificuldades. A escassez de turbinas pode atrasar ou inviabilizar usinas a gás, forçando um retorno ao carvão ou maior dependência de tecnologia estrangeira.

Além disso, a China não domina a cadeia de suprimentos para usinas a gás, que representam apenas 3% da eletricidade doméstica. Em contrapartida, o país é líder em carvão e energias renováveis, o que pode aumentar a demanda por tecnologia chinesa nessas áreas.

Desafios para a COP30

Com menos de um mês para o final da COP30, que ocorrerá em Belém (PA), esse cenário representa um desafio para o evento liderado pelo Brasil. Na prática, isso pode dificultar o cumprimento das metas climáticas e o combate às mudanças globais.

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