Departamento do Tesouro dos EUA contatou Haddad para marcar reunião sobre aumento de tarifas

Governo afirmou que segmentos impactados receberão apoio.

31/07/2025 17h05

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(Imagem de reprodução da internet).

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos contatou o Ministério da Fazenda para agendar uma reunião sobre as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump em relação a exportações brasileiras. A data da reunião ainda não foi definida. O último encontro entre a Fazenda e o secretário de Tesouro dos EUA, Scott Bennett, ocorreu em maio, anterior ao anúncio da tarifa de 50%.

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A assessoria do secretário Bennett fez contato conosco ontem [quarta-feira, 30] e, finalmente, vai agendar uma segunda conversa. A primeira, como eu havia adiantado, foi em maio, na Califórnia. Haverá agora uma rodada de negociações e vamos apresentar às autoridades americanas nosso ponto de vista, afirmou nesta quinta-feira (31) o ministro Fernando Haddad.

O ministro ressaltou que se trata apenas do início das negociações.

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Estamos em uma situação mais favorável do que se previa. No entanto, existem muitas injustiças nas medidas anunciadas ontem, afirmou Haddad.

Estima-se que aproximadamente 700 produtos não estejam sujeitos à taxa de 50% em relação ao Brasil. Aproximadamente 43% dos valores exportados para os Estados Unidos não estão incluídos nessa taxa. No setor mineral, cerca de 25% dos produtos estão sujeitos à taxação.

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Plano de contingência

Apesar das particularidades, Haddad afirmou que o efeito é significativo para determinados setores, e que nos próximos dias o governo irá apresentar ações para apoiar as empresas afetadas pelos reajustes.

Serão lançados, em breve, componentes do plano original, visando o apoio e a proteção à indústria e aos empregos.

O auxílio aos setores impactados deve incluir linhas de crédito e suporte às empresas. Haddad afirmou que está aliviado pelos setores que foram dispensados, porém é necessário proteger aqueles que ainda são afetados, em particular, os setores menores e mais vulneráveis.

Alguns setores que não possuem relevância na pauta de exportação, geram um impacto muito grande. Em determinadas ocasiões, o setor é pequeno, porém essencial para o Brasil preservar os empregos.

Mesmo setores amplos, de matérias-primas significativas [commodities] com mercado global, deverão se adaptar, afirmou o ministro.

É evidente que existem setores impactados, cuja solução de curto prazo é mais simples devido ao fato de se tratar de uma commodity com muitos mercados abertos que o Brasil possui, mas mesmo assim, eles demandarão algum tempo de adaptação. Não se muda um contrato de uma hora para outra. Precisamos analisar cada caso e teremos as linhas [de crédito] para isso.

Interferência

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou que a tentativa de interferir no julgamento da tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF) não pode ser levada à mesa de negociação, principalmente porque o Judiciário é um poder independente do Executivo.

Acredita-se que o Brasil represente uma das democracias mais abrangentes globalmente, em oposição ao que a Ordem Executiva [do Trump] defende. É necessário esclarecer que a perseguição ao ministro da Suprema Corte [Alexandre de Moraes] não é o caminho para a aproximação entre os países.

Fonte por: Brasil de Fato

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