Deputado defende Zambelli e afirma ter sido enganado por Motta

André Fernandes solicitou que o presidente da Câmara avalie a votação da perda de mandato da deputada Carla Zambelli.

10/06/2025 23h03

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(Imagem de reprodução da internet).

O deputado André Fernandes (PL-CE) solicitou, na terça-feira (10.jun.2025), ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que apresente a votação sobre a perda de mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) no plenário.

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O parlamentar declarou em sessão plenária que sente ter sido levado a acreditar por Motta, ao votar seu nome àquela função em fevereiro.

Resgate a força da Câmara dos Deputados! Não aceite que um deputado seja cassado, seja qual for o motivo, sem o aval desta Casa! E se a Deputada Carla Zambelli, ou qualquer que seja o deputado, seja cassada, traga para decidir aqui em plenário. E que os deputados coloquem a sua digital na cassação, na perda de mandato, como fizeram com o Daniel Silveira. Mas dizer que simplesmente vai acatar a decisão é um desrespeito. É um chute na cara do presidente, é um chute na cara dos parlamentares e é um chute também na cara da oposição.

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Em seguida, Motta respondeu ao deputado que afirmou que não funciona “no grito”. Acrescentou: “Não será vossa excelência, insinuando que eu sou isso ou aquilo, que me fará agir a favor ou contra esse tema”.

O presidente da Câmara, contudo, revogou a declaração feita um dia antes, quando afirmou que não colocaria em votação a cassação da congressista.

Em relação ao cumprimento da decisão sobre o mandato, seguirei o regulamento. Notificarei para que ela possa se defender e a palavra final será a palavra do plenário, declarou Motta no plenário em resposta a Fernandes.

Caso Zambelli

A deputada recebeu sentença de 10 anos de reclusão, determinada pelo STF.

Na sexta-feira (7.jun), o ministro Alexandre de Moraes determinou que o Ministério da Justiça formalizasse o pedido de extradição de Zambelli, que afirma estar em Roma, na Itália.

O juiz também solicitou à Mesa Diretora da Câmara que decidisse sobre a perda do mandato de Zambelli, o que poderia ser determinado por uma assinatura de Motta, sem a necessidade dos 257 votos do plenário.

A Câmara concedeu à deputada uma licença de 127 dias do cargo, por sua solicitação.

Linha do tempo

Em 14 de maio, o STF condenou Zambelli, por unanimidade, a 10 anos de prisão, além da perda de mandato, por falsidade ideológica. Ela e o hacker da “Vaza Jato”, Walter Delgatti Neto, tentaram invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para expedir um mandado de prisão para o ministro Alexandre de Moraes, como se ele próprio tivesse determinado a sua própria prisão.

Investigações revelaram que a invasão foi conduzida por Delgatti, que admitiu ter atuado sob as ordens da deputada. O hacker foi sentenciado a oito anos e três meses de reclusão.

Zambelli afirmou ter deixado o Brasil em 3 de junho. Posteriormente, seu advogado, Daniel Bialski, anunciou sua saída da defesa. Primeiramente, ela seguiu para os Estados Unidos. No dia seguinte, Alexandre de Moraes ordenou a prisão preventiva e a suspensão das redes sociais de Zambelli.

A congressista teve seu nome incluído na lista vermelha da Interpol em 5 de junho, sob solicitação de Moraes. ela é considerada foragida internacional e pode ser presa em outros países.

No dia seguinte (6.jun), a deputada declarou à CNN que pretende se apresentar voluntariamente às autoridades italianas. Na mesma data, a 1ª Turma do STF rejeitou, por unanimidade, o recurso da congressista contra a condenação a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas eletrônicos do CNJ.

Fonte por: Poder 360

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