O deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) protocolou na quarta-feira (14.mai.2025) um requerimento à Câmara exigindo que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, esclareça as fraudes documentais praticadas pela Venezuela na venda de petróleo à China e quais medidas foram implementadas para impedir o “spoofing” – termo também utilizado para descrever essa prática.

O parlamentar declarou que é inaceitável que venezuelanos empreguem o Brasil para driblar as sanções comerciais impostas por vários países ao governo do presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), que, segundo críticos, suprime as liberdades individuais e políticas de seus cidadãos.

Não é aceitável que o Brasil seja utilizado como rota oculta para práticas que violam normas comerciais e sanções internacionais. Precisamos proteger nossa soberania e nossa reputação. O silêncio do governo só contribui para a impunidade e para a repetição desse tipo de crime.

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A Power360 contatou o Itamaraty, porém não obteve posicionamento do órgão. O texto será atualizado caso haja uma manifestação enviada a este jornal digital.

Compreenda o caso.

A reportagem da agência de notícias Reuters, na segunda-feira (12.mai), revelou que exportadores de petróleo bruto da Venezuela fraudulhavam a origem desses produtos, classificando-os como mistura de betume brasileiro.

Isso visava evitar que produtos vendidos na China sofressem com sanções comerciais internacionais e não fossem retidos na Malásia para inspeção, acelerando a entrega aos chineses.

A ação geraria aproximadamente US$ 1,2 bilhão entre julho de 2024 e março de 2025.

A fraude foi detectada pela agência devido à inconsistência de informações fornecidas pelas refinarias chinesas.

As empresas asiáticas alegam ter importado uma mistura de betuminoso brasileiro, contudo a Petrobras não realiza exportações desse produto desde 2023.

A combinação de betuminoso é um produto obtido a partir do petróleo, juntamente com materiais minerais, tais como areia e brita. É utilizado principalmente no revestimento de vias rodoviárias.

Esta reportagem foi produzida pelo estagiário de jornalismo José Luis Costa, com supervisão do editor Matheus Collaço.

Fonte: Poder 360