Deputado italiano solicita extradição e revogação da cidadania de Carla Zambelli

O deputado italiano Angelo Bonelli, do partido Europa Verde, protocolou na quarta-feira, 4, uma carta solicitando ao governo da Itália “medidas urgentes” para a extradição e revogação da dupla nacionalidade de Carla Zambelli (PL-SP) após a deputada anunciar sua saída do Brasil e intenção de residir na Europa, seguindo dos Estados Unidos.

04/06/2025 17h45

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(Imagem de reprodução da internet).

O deputado italiano Angelo Bonelli, do partido Europa Verde, protocolou nesta quarta-feira, 4, uma carta solicitando ao governo da Itália “medidas urgentes” para a extradição e revogação da dupla nacionalidade de Carla Zambelli (PL-SP) após a deputada anunciar que abandonou o Brasil e que pretende residir na Europa, após os Estados Unidos. Em maio, a parlamentar foi julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com sentença de dez anos de prisão, acrescida da perda do mandato na Câmara dos Deputados, em decorrência da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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Foi enviado aos ministros das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional, do Interior e da Justiça, solicitando a revogação da nacionalidade daqueles que forem condenados por crimes de golpe ou tentativa de golpe, crimes contra a humanidade, incitação à subversão violenta da ordem econômica ou social do Estado, ou à supressão violenta da ordem política e jurídica do Estado, conforme escreveu o parlamentar no documento.

Angelo Bonelli também mencionou no ofício a declaração de Carla Zambelli, na qual ela afirma que deixará os Estados Unidos — onde está atualmente — rumo à Itália, por acreditar ser “intocável” no país. O objetivo do deputado é impedir que a parlamentar do PL obtenha asilo político na Itália.

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A Itália corre o risco de se tornar um paraíso para criminosos. Aguardamos uma resposta definitiva do governo, com a extradição de Carla Zambelli para o Brasil.

O deputado Angelo Bonelli detalhou, em sequência temporal, a trajetória de Carla Zambelli até sua condenação em 14 de maio, para que os ministros italianos conheçam os atos da deputada e justifiquem o pedido de extradição e revogação da cidadania.

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Zambelli foi condenada por unanimidade pelo Supremo a dez anos de prisão e a perda do mandato de deputada pela invasão ao sistema do CNJ, em conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto. No ataque de 2023, um mandado falso de prisão foi emitido contra o ministro Alexandre de Moraes.

O deputado também mencionou a atuação de Zambelli em eleições de 2022. O documento relata que ela disseminou notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e o aplicativo e-Título, alegando manipulações em favor do presidente eleito Lula. Em decorrência disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicou multas significativas e determinou a remoção dos conteúdos.

Em janeiro de 2025, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) anulou seu mandato e a declarou inelegível por oito anos, em razão da disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral durante as eleições de 2022, conforme relatado ao deputado para os ministros italianos sobre a decisão da Justiça Eleitoral.

O documento também recorda outra atuação de Zambelli no STF, referente à perseguição a um homem armado na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

Zambelli teria deixado o Brasil em 25 de maio de 2025 para evitar a Justiça brasileira e estaria atualmente em Miami, nos EUA, afirmou. Em seguida, o parlamentar citou a entrevista concedida pela deputada à CNN nesta terça-feira, 3, na qual ela declarou que se mudaria dos Estados Unidos para a Itália.

O ministro Moraes ordenou, nesta quarta-feira, a prisão preventiva de Zambelli. Na decisão, Moraes alega que a deputada tentou “se furtar da aplicação da lei penal”. O ministro também determinou o bloqueio do passaporte de Zambelli e a inclusão do nome dela na lista de difusão vermelha da Interpol.

O Judiciário pode solicitar ao país onde Zambelli encontra-se sob prisão preventiva para fins de extradição. O pedido de prisão preventiva deve ser encaminhado pelo STF, juízo competente do caso, ao Ministério da Justiça, que encaminhará o pedido pela via diplomática ou diretamente à autoridade central, devendo solicitar, antes disso, a inclusão de mandado de prisão na difusão vermelha do órgão, o que já foi solicitado por Moraes.

Fonte por: Tribuna do Norte

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