Deputado recebeu R$ 5,4 milhões de entidade investigada na operação do INSS

A Polícia Federal investiga que o dinheiro recebido pelo deputado estadual do Maranhão Edson Araújo (PSB) provém de descontos de aposentados do INSS.

02/05/2025 17h49

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(Imagem de reprodução da internet).

O deputado estadual maranhense Edson Araújo (PSB) recebeu, em um ano, R$ 5,4 milhões de uma das entidades investigadas no esquema bilionário de fraudes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), conforme revelado pelo Metrópoles.

A Polícia Federal apurou que pagamentos a parlamentar ocorreram entre maio de 2023 e maio de 2024, por meio da Federação das Colônias dos Pescadores do Maranhão, que também foi investigada por receber R$ 400 mil da Confederação Brasileira dos Trabalhadores de Pesca e Aquicultura, entidade que obteve R$ 99 milhões por meio de descontos de mensalidades de aposentados.

Edson Araújo (foto em destaque) ocupou o cargo de 2º vice-presidente da CBPA e presidia a federação de pescadores maranhenses. Os investigadores ressaltaram que os pagamentos foram realizados após a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a confederação e o INSS, que possibilita o débito direto da taxa associativa das aposentadorias na folha de pagamento.

A Polícia Federal apura transações envolvendo valores elevados e inconsistentes com a situação financeira do parlamentar, levantando suspeitas de ocultação de bens e sonegação fiscal. Devido à suspeita, o juiz Frederico Botelho Viana, da 15ª Vara Criminal em Brasília, encaminhou a investigação para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

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Ao receber os recursos, Edson Araújo estava na Secretaria da Pesca do governo do Maranhão. Em 2022, Araújo atuou como suplente na Assembleia Legislativa. Em janeiro do corrente ano, ele voltou ao Legislativo, juntamente com outros três parlamentares que preencheram as cadeiras de deputados conquistadas por prefeitos eleitos em 2024. Edson Araújo não se pronunciou para a reportagem.

Devido ao histórico de ocupação de cargos públicos/políticos, é possível inferir que a arquitetura dos fatos se deu no exercício das funções públicas, uma vez que sempre estiveram ligados à área de atuação da CBPA, principal investigada neste inquérito policial.

Investigação sobre CBPA

A CBPA foi criada em 2020 e firmou parceria técnica com o INSS em julho de 2022. A partir de 2023, a entidade recebeu R$ 99 milhões, aproveitando a inclusão de grandes volumes de dados no sistema da Dataprev, operação que, conforme a Controladoria-Geral da União (CGU), tornou o INSS uma “indústria de descontos indevidos”.

O relatório da Polícia Federal indica fortes evidências de que a lista apresentada ao INSS/DATAPREV é falsa, incluindo pessoas (muitas residentes em área rural) que não autorizaram o desconto associativo.

Fonte: Metrópoles

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