Descubra a evolução do camelo para a adaptação ao calor intenso do deserto

Os camelos fazem parte da família Camelidae, que surgiu há aproximadamente 35 milhões de anos na América do Norte.

03/05/2025 2h10

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

O camelo suporta longas horas sob o sol intenso do deserto, com pouca água, e continua avançando pelas dunas. O que torna essa espécie tão resistente a tais condições extremas?

O camelo possui uma série de adaptações físicas que possibilitam lidar com o calor intenso durante o dia e o frio durante a noite. A professora de biologia animal Lays Cherobim Parolin, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), ressalta que a pelagem densa auxilia no controle da temperatura corporal e protege contra queimaduras solares.

As patas alongadas evitam que ele se afunde na areia e a pele mais espessa em algumas áreas protege contra o solo quente.

Adicionalmente, as narinas estreitas e os cílios longos atuam como barreiras contra a areia levada pelos ventos do deserto.

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Eles também apresentam pelos excedentes nas corcova, nas patas e na cabeça. Quando a temperatura está muito alta, esses pelos caem, o que contribui para o controle da temperatura interna, acrescenta a professora Rosely Soares, do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília.

Sobrevivência com pouca água

Além das adaptações externas, o corpo do camelo também é preparado para economizar ao máximo seus recursos internos. Ele perde pouquíssima água ao produzir urina concentrada e fezes secas, e pode passar vários dias sem beber.

Lays explica que ele pode desidratar-se mais que outros animais e, ao encontrar água, bebe em grandes quantidades de uma só vez para se reidratar rapidamente.

Outro fator essencial para prevenir a perda de líquidos é a regulação da transpiração. A sudorese só inicia-se quando a temperatura corporal atinge níveis muito altos. “Eles só começam a liberar suor quando ultrapassam seis graus acima do normal”, afirma Rosely.

Potencial energético nas montanhas?

As corcovas não armazenam água, mas sim são depósitos de gordura. Essa reserva é fundamental em épocas de falta de alimentos.

A professora Lays explica que, em situações de escassez alimentar, a gordura pode ser convertida em energia e liberar água.

Nutrição e metabolismo ajustados.

A alimentação do camelo demonstra seu alto grau de adaptação ao ambiente desértico, consumindo vegetação seca e espinhosa, que outros animais evitam.

Apesar de uma alimentação limitada, o camelo mantém-se ativo por longos períodos, segundo Lays. O metabolismo do animal pode diminuir a taxa de atividade, otimizando a economia de energia e água.

Uma extensa trajetória de evolução.

Essas habilidades não surgiram de repente. Os camelos pertencem à família Camelidae, originada há cerca de 35 milhões de anos na América do Norte. As espécies atuais – o dromedário, o camelo-bactriano doméstico e o camelo-bactriano selvagem – começaram a se diferenciar por volta de 4,4 milhões de anos atrás, após migrarem para a Eurásia.

Essa trajetória foi marcada por deslocamentos e adaptações contínuas. “Ao longo do tempo, eles desenvolveram características vantajosas que garantiram sua sobrevivência em ambientes com alta temperatura e escassez de água e alimento”, finaliza Rosely.

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Fonte: Metrópoles

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