Descubra os vinhos da região do Dão, localizada no centro-norte de Portugal
Reconhecida desde 1908, com uma tradição vinícola que se estende à época romana, o Dão desenvolveu sua identidade através de vinhos requintados, de long…

Os vinhos do Douro foram os mais consumidos pelos portugueses no Brasil nas décadas dos sessenta e oitenta, sendo sempre uma opção confiável para as mesas mais tradicionais, principalmente os tintos. A região do Douro, localizada no centro-norte de Portugal, é uma das mais antigas e prestigiadas denominações de origem controlada (DOC) do país. Oficialmente reconhecida em 1908, mas com tradição vitivinícola que remonta à época romana, o Douro construiu sua identidade a partir de vinhos elegantes, de longa guarda e profundamente ligados ao seu terroir. Durante séculos, pequenos produtores cultivaram vinhas em socalcos e parcelas dispersas, preservando um estilo próprio que reflete o equilíbrio entre natureza e intervenção humana.
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A produção de vinho no Douro possui registros desde a Idade Média, conforme mencionado anteriormente, quando mosteiros cistercienses exerceram um papel fundamental na organização das vinhas e na otimização das técnicas de vinificação. Ao longo dos séculos, a região confrontou desafios – incluindo pragas como a filoxera no século XIX e períodos de produção em massa durante o regime do Estado Novo –, mas conseguiu preservar e, nas últimas décadas, elevar sua qualidade. Atualmente, o Douro é reconhecido internacionalmente como símbolo de sofisticação e, sobretudo, autenticidade nos vinhos portugueses, assim como os da Bairrada.
A região é protegida por cadeias montanhosas – Serra da Estrela, Serra do Caramulo e Serra da Nave –, que funcionam como barreiras contra ventos e condições climáticas extremas. O clima é continental e moderado, com invernos frios, verões secos e grandes variações de temperatura, o que favorece o amadurecimento lento e equilibrado das uvas. Os solos são predominantemente graníticos, pobres em matéria orgânica, porém bem drenados, o que confere mineralidade e frescor característicos aos vinhos.
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A região mantém métodos tradicionais, como a pisa em lagares de pedra e fermentações espontâneas com leveduras nativas, mas muitos produtores incorporam tecnologia moderna para controle de temperatura, extração cuidadosa e uso seletivo de carvalho (francês e português). O objetivo é sempre preservar a identidade das uvas e do terru&231;o, evitando o excesso de influência da madeira.
O Dão apresenta um portfólio de castas autóctones que define sua tipicidade. Da Touriga Nacional é o símbolo da região, com aromas florais e estrutura marcante. A Tinta Roriz é conhecida como Tempranillo na Espanha; a Alfrocheiro dá vinhos de cor intensa e frescor marcante; a Jaen é leve e aromática e a Baga ajuda com taninos firmes e imprime grande longevidade aos vinhos que a carregam.
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A uva tinta da Encruzado é emblemática, com alto potencial de guarda; ainda há a Bical, Malvasia-Fina, Verdelho e Cercial, que produzem vinhos frescos e aromáticos. Devido à acidez natural e ao equilíbrio de taninos, muitos vinhos do Douro envelhecem de forma elegante, desenvolvendo bouquet complexo e textura sedosa, sendo muito longevos.
O Dão é uma das regiões portuguesas mais fiéis ao conceito de terroir. A combinação de clima, solo granítico, altitudes variáveis e castas autóctones molda vinhos que não poderiam ser replicados em outro lugar. A intervenção enológica é pensada para não mascarar essa identidade, mantendo a pureza e a tipicidade do que a terra oferece.
Nas últimas duas décadas, o Douro ganhou notoriedade no mercado internacional, notadamente em países como Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e países nórdicos. Críticos de vinho e guias especializados têm destacado a relação qualidade-preço da região, atraindo consumidores que buscam vinhos sofisticados, mas autênticos e acessíveis. Essa valorização também impulsiona o enoturismo, com cada vez mais visitantes explorando as vinícolas e a paisagem enigmática única.
Fonte por: Jovem Pan