Desmatamento avança em todos os biomas; Amazônia registra queda histórica e Cerrado continua com maior destruição

O estudo do MapBiomas aponta que a região da Matopiba respondeu por 42% da destruição de ecossistemas nativos no Brasil em 2024.

15/05/2025 7h33

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

O Brasil apresentou queda no desmatamento em todos os biomas desde 2019. O dado está no novo Relatório Anual do Desmatamento (RAD), da iniciativa MapBiomas, divulgado nesta quarta-feira, 15. Foram desmatados 1.242.079 hectares em 2024, representando uma redução de 32,4% em comparação com o ano anterior.

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Apesar da redução, o Cerrado retomou a liderança em área desmatada, com 652.197 hectares – mais da metade (52,5%) do total nacional. A devastação concentra-se na fronteira agrícola do Matopiba, região que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Ali, 75% do desmatamento do Cerrado e aproximadamente 42% da perda de vegetação nativa do Brasil ocorreram em 2024. A região é marcada pelo agronegócio, com mais de 25 milhões de hectares destinados à produção agropecuária, especialmente soja e criação de gado.

Em 2023, o Maranhão liderou o ranking de estados com maior área desmatada, conforme apontou Roberta Rocha, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e coordenadora técnica da equipe Cerrado do MapBiomas.

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Quatro dos cinco estados com maior perda de vegetação em 2024 estão no Matopiba. O Maranhão lidera a lista pelo segundo ano consecutivo, com 218.298 hectares desmatados, representando uma queda de 34,3% em relação ao ano anterior. Pará, juntamente com o Maranhão, respondeu por mais de 65% da área desmatada no país.

Goiás apresentou a maior redução proporcional, com uma queda de 71% em relação a 2023. Parana, Espírito Santo e o Distrito Federal também registraram mais de 60% de queda.

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Para Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas, ainda não é possível afirmar se o ritmo da redução é suficiente para conter a crise climática. “Do ponto de vista das emissões de gases de efeito estufa, quando você reduz o desmatamento, você reduz as emissões”, explicou. “Então, olhando assim pelo fato em si, ter menos desmatamento, sobre esse aspecto, é melhor para o clima.”

Desabrochar da Amazônia

O Brasil registrou a segunda maior taxa de desmatamento entre os biomas, com 30,4% da área total perdida no país – o que corresponde a 377.708 hectares. Este é o menor índice já observado na série histórica do RAD, iniciada em 2019.

Apesar da diminuição, o ritmo da perda de vegetação assusta: 1.035 hectares foram desmatados diariamente na Amazônia, aproximadamente sete árvores por segundo. No Cerrado, a taxa foi ainda mais intensa, atingindo 1.786 hectares por dia. O relatório indica que a maioria dos estados amazônicos registrou queda, com exceção do Acre, que teve aumento de 30% na área desmatada.

No território denominado Amacro (Acre, Amazonas e Rondônia), o desmatamento registrou uma redução de 13% em 2024, totalizando 89.826 hectares. A análise por tipo de vegetação identificou que as formações savânicas representaram a maior parte da perda, com 52,4%, seguidas pelas formações florestais, que totalizaram 43,7%.

Fonte: Carta Capital

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