Dia Supermercados: Uma História de Reestruturação e Reinvenção
A saga do Dia Supermercados, uma vez um gigante do varejo brasileiro, oferece um estudo de caso fascinante sobre resiliência e adaptação. Em 2024, a rede, que outrora dominava o mercado com sua proposta de proximidade e preços baixos, enfrentou uma crise profunda, culminando em um pedido de recuperação judicial e no fechamento de mais de 343 lojas em todo o país.
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A situação, que gerou preocupação entre consumidores e funcionários, revelou a complexidade do setor varejista e a necessidade de estratégias inovadoras para enfrentar a concorrência acirrada, especialmente do crescente domínio dos atacarejos.
A Crise e a Reestruturação
O ponto de inflexão ocorreu em março de 2024, quando a empresa reconheceu dívidas superiores a R$ 1,1 bilhão e iniciou o processo de recuperação judicial. Paralelamente, a rede anunciou o fechamento de 343 lojas, incluindo um impacto significativo em Minas Gerais, onde 40 unidades foram encerradas, com 35 delas localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
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Essa decisão, justificada por uma estratégia global de foco logístico em São Paulo, refletiu a necessidade de otimizar recursos e buscar mercados mais rentáveis, como os da Espanha e da Argentina.
A Nova Gestão e o Modelo “Atacadinho de Bairro”
Em maio de 2024, a matriz espanhola DIA Group vendeu o controle da operação brasileira à gestora MAM Asset Management, marcando o início de uma nova fase. A empresa investiu R$ 20 milhões em melhorias operacionais e lançou um formato de loja menor e mais eficiente, o chamado “atacadinho de bairro”, com a marca própria “Melhor a Cada Dia” e o programa de fidelidade Clube Dia como pilares da nova estratégia.
O CEO Fábio Farina definiu o novo posicionamento da empresa, buscando estar mais próximo dos consumidores, oferecendo frescor, economia e atendimento de qualidade.
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Retorno ao Delivery e Novas Perspectivas
Um ano após a reestruturação, em maio de 2025, o Dia Supermercado voltou a operar no iFood, com uma loja exclusiva de delivery na zona sul de São Paulo. Essa iniciativa, que atendia um raio de 8 a 10 quilômetros, abrangendo mais de 120 bairros, fazia parte do plano de expansão dos canais digitais e da ampliação da presença em áreas urbanas densas.
O objetivo era reforçar a vocação da marca para a conveniência, levando praticidade e economia até a casa do cliente.
Situação Atual (2025) e Perspectivas Futuras
Em 2025, o Dia Supermercados passou por mais uma mudança de controle, com a aprovação do fundo Arila, liderado por Nelson Tanure, como novo controlador. A expectativa é de que o plano de recuperação judicial seja concluído até o fim do ano, consolidando a virada após um dos períodos mais turbulentos da história da rede.
Algumas lojas na capital de São Paulo e no estado foram reinauguradas e reformuladas, buscando recuperar a confiança do consumidor e a rentabilidade perdida. A aposta do momento é clara: menos volume, mais eficiência e proximidade, buscando resgatar a essência que consagrou o Dia como uma das marcas mais conhecidas do varejo brasileiro.
