Dior nomeia o estilista Jonathan Anderson como diretor criativo

Em dezembro de 2024, Jonathan Anderson publicou uma imagem da sua sombra refletida em uma praia ao anoitecer, com a legenda “pôr do sol”. Seria uma referência aos novos começos, segundo a expressão “cavalgando em direção ao pôr do sol”, muitos no mundo da moda começaram a se perguntar? Ou seria apenas uma foto de férias?

É evidente que não se tratava da última opção. Em 2 de junho, Anderson foi designado como o novo diretor criativo da Dior, responsável por moda feminina, moda masculina e alta-costura.

Anderson descreveu a nomeação como “uma grande honra”. Ele afirmou: “Sempre fui inspirado pela rica história desta Maison, sua profundidade e empatia. Estou ansioso para trabalhar ao lado de seus lendários ateliê para criar o próximo capítulo desta história incrível.”

O designer irlandês, com 40 anos, estava sendo considerado para a posição mais elevada da Dior, que pertence à LVMH, desde que comunicou sua saída da marca do grupo, Loewe, em março de 2025 (onde exerceu o cargo de diretor criativo por mais de uma década).

Após um mês, o diretor executivo da LVMH, Bernard Arnault, anunciou em uma reunião com acionistas que Anderson seria responsável pela criação da coleção masculina da Dior, com lançamento previsto para junho.

A notícia de hoje acompanha a saída de Maria Grazia Chiuri, que deixou o cargo de diretora artística de moda feminina da Dior no final de maio após nove anos, e de Kim Jones, que deixou o cargo de diretor artístico da Dior Men após sete anos.

A designação de Anderson abrange as duas funções sob sua gestão. O maior conglomerado de luxo global, com um valor de mercado de aproximadamente US$ 270 bilhões, a LVMH possui 75 marcas que abrangem desde redes hoteleiras até maquiagem, além da Louis Vuitton – cujas vendas atingiram €22,8 bilhões em 2023 – e da Dior, que representam dois dos maiores contribuintes para os resultados.

A LVMH geralmente não divulga os valores de vendas e lucros de suas marcas, mas Anderson é reconhecido por impulsionar o perfil da Loewe em sua gestão na marca espanhola, alcançando o apoio de celebridades e profissionais de moda com seus designs extravagantes e incomuns. Entre seus sucessos destacam-se uma bolsa Puzzle de ombro (uma versão pequena é vendida por US$ 3.850) e modelos surreais, como uma clutch em formato de pombo ou tomate, e sapatos que substituem o salto por frascos de esmalte, rosas e ovos quebrados.

Na Loewe, Anderson desenvolveu também um acervo cultural além da moda: convidou uma variedade eclética de artistas de diversas partes do mundo para a competição anual de prêmios de artesanato da Loewe e reinterpretou o ator James Bond, Daniel Craig, e a atriz britânica, falecida, Dame Maggie Smith, em suéteres e casacos luxuosos, respectivamente, para uma campanha notável.

Em 2024, o designer desenvolveu novos trabalhos no cinema, criando os figurinos para os filmes de Luca Guadagnino, “Queer” e “Rivais”.

Ao receber o título honorífico de Doutor em Artes da Universidade de Artes Criativas do Reino Unido em julho passado, Anderson ofereceu algumas orientações à turma de formandos de 2024: “A autenticidade é inestimável; a originalidade é inexistente. Use, adapte, copie. Não importa de onde se obtém as ideias, o que importa é para onde se as leva.” (Ironicamente, o discurso incorporou citações dos diretores de cinema Jim Jarmusch e Jean-Luc Godard, e foi uma adaptação da famosa frase de Pablo Picasso “bons artistas copiam, grandes artistas roubam”, que posteriormente foi retomada por Steve Jobs.)

“Explore filmes antigos, filmes novos, livros de história, pinturas, fotografias, poemas, sonhos, seja o que for”, continuou Anderson. “Apenas colete coisas que falem diretamente com você. Se fizer isso, seu trabalho será autêntico.”

Fonte por: CNN Brasil