O fundador e CEO da Trela, aplicativo de alimentação saudável que expandiu mais de 600% em 2024, o empreendedor Guilherme Nazareth relatou, no podcast PodSonhar, do Poder360, as lições obtidas desde a criação da empresa, iniciada em 2020, até alcançar R$ 150 milhões em investimentos de importantes fundos de Venture Capital da América Latina e consolidar-se como referência na seleção de produtos nutritivos.
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Considera-se que o aspecto mais relevante é: não é suficiente desenvolver um produto superior, é preciso que ele se destaque como algo inédito no mercado.
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Na visão de Nazareth, cada negócio é um reflexo do talento do empreendedor. Ele defende que o ponto ideal é iniciar o desenvolvimento de sua principal competência, independentemente se for em tecnologia, marketing ou design.
Para Guilherme, o ponto crucial reside na compreensão aprofundada das necessidades dos clientes e na criação do produto ideal a partir delas. A Trela passou por esse processo ao identificar que seus consumidores buscavam uma alimentação mais saudável. A partir daí, a empresa reformulou marca, sortimento e comunicação, focando em entregar alimentos com ingredientes melhores. “Se você tem uma dor, pode presumir que mais pessoas também têm”, afirmou.
Guilherme também defende que nenhuma métrica substitui a escuta ativa do consumidor. “Nenhum número substitui você conversar com o cliente e entender qual é a percepção que ele está tendo sobre o seu produto.” Para ele, o diálogo direto revela motivações, aponta prioridades e permite melhorias reais. “Você tem que entender qual é a motivação das pessoas”, afirmou, destacando que assim é possível evoluir o produto de forma eficaz.
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Guilherme compartilha uma das conselhos clássicos do Vale do Silício, ressaltando a importância de selecionar sócios e parceiros adequados.
Em geral, a YC recomenda iniciar a empresa com indivíduos com quem se tem grande familiaridade. Costuma-se tratar de pessoas com quem já se trabalhou, permitindo o conhecimento do estilo de trabalho.
Guilherme argumenta que, nas etapas iniciais, a prioridade deve ser a criação do produto e sua adequação ao mercado, alertando sobre os perigos de expandir a equipe prematuramente.
Na Trela, é possível obter um investimento rápido e de grande porte. Acredito que o crescimento do número de pessoas utilizou-se de uma velocidade superior à do crescimento da receita.
Guilherme reconhece que, inicialmente, negligenciou a importância de uma missão clara e motivadora, até identificar que ela era essencial para motivar a equipe e conquistar clientes.
Considerava que: uma empresa conseguir superar os concorrentes estabelecidos representava um desafio intelectual estimulante o bastante. E, consequentemente, a vitória da empresa seria suficiente. Para mim, seria suficiente.
A percepção se alterou quando a Trela compreendeu totalmente a sua audiência:
Tínhamos uma missão que não era inspiradora, consistia em construir a cadeia de distribuição de alimentos mais eficiente do mundo. Quando percebemos que nosso cliente-alvo é a pessoa com uma vida saudável, decidimos: beleza. As pessoas não querem eficiência; eficiência é um caminho para elas terem alimentação saudável.
Para Guilherme, reiterar modelos consagidados pode representar um risco. Ele acredita que empresas iniciáticas devem desenvolver suas próprias estratégias.
Os mercados de varejo apresentam a menor margem da indústria. Portanto, o que estão fazendo não está funcionando, jamais funcionou. Não desejamos ser um supermercado. Queremos operar de uma maneira radicalmente distinta, pois, caso contrário, não teremos sucesso.
Na Trela, a estratégia é quebrar com padrões que não dialogam com o cliente.
Quando isso entra em conflito com o desejo do meu cliente e rompe com a história que estou construindo como marca, busco questionar o mercado. Na realidade, almejo questionar cada princípio considerado verdade no mercado.
Raio-X da Trela
Fonte por: Poder 360