Diretores de cinema da Austrália solicitam apoio de Mel Gibson para combater tarifas impostas por Trump
Em janeiro, Trump nomeou Gibson como “embaixador especial” de Hollywood, sem especificar suas responsabilidades.

Por Christine Chen e Jorge Nieto
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A indústria cinematográfica australiana busca que o ator Mel Gibson realize o que faz em seus filmes de ação e convença o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a revogar suas tarifas sobre filmes, o que poderia destruir seu negócio de A$1 bilhão (US$ 650 milhões) em Hollywood.
Líderes do setor afirmaram que as tarifas gerariam uma significativa perda de empregos na produção cinematográfica nacional e elevariam os valores dos ingressos. Eles solicitaram que Gibson, nascido nos Estados Unidos e que iniciou sua trajetória profissional na Austrália, emprestando seu papel de consultor a Trump, incentive o presidente a repensar a decisão.
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Em janeiro, Trump nomeou Gibson como “embaixador especial” de Hollywood, sem especificar suas responsabilidades.
“Esperamos que Mel Gibson, como um dos conselheiros de Trump nessa ocasião, esteja dizendo ao presidente que essa é uma ideia tola”, declarou Kate Carnell, presidente da entidade do setor Screen Producers Australia, em uma entrevista.
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A Gibson pretende filmar um filme na Itália neste ano, o que pode ser impactado pelas taxas dos Estados Unidos.
Carnell afirmou que a cobrança de uma tarifa de 100% para exibir o filme de Mel Gibson na Itália é absurda.
Trump anunciou no domingo uma taxa de 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA, afirmando que a indústria cinematográfica norte-americana está enfrentando uma “morte muito rápida” devido aos incentivos oferecidos por outros países para atrair cineastas.
O anúncio surpreendeu executivos de estúdios que há décadas supervisionam produções em diversos continentes e não compreendem como isso operaria. Também causou choque nas indústrias cinematográficas internacionais, onde Hollywood produz filmes com custos de produção mais baixos.
O cinema australiano enfrenta sérios desafios.
A partir da filmagem das primeiras sequências de “Star Wars” e “Matrix” em Sydney no início dos anos 2000, com o dólar australiano próximo de um mínimo histórico em relação ao dólar americano, o setor cinematográfico da Austrália estabeleceu relações com Hollywood.
Os gastos internacionais com produções cinematográficas e televisivas na Austrália representaram aproximadamente metade dos totais de A$1,7 bilhão do setor em 2024, conforme dados da Screen Australia, uma agência governamental. A Screen Australia registrou uma queda de 29% em relação ao ano anterior, em parte causada pela greve dos roteiristas de Hollywood.
As tarifas seriam desastrosas para o setor cinematográfico australiano. Falou-se em muitos empregos (perdidos), difícil de quantificar. Carnell acrescentou que o negócio cinematográfico da Austrália nos EUA vale cerca de A$1 bilhão.
Carnell afirmou que, caso os estúdios de Hollywood investissem mais na produção de filmes nos Estados Unidos, seus custos seriam elevados e, os custos para os consumidores também aumentariam.
Kate Marks, diretora executiva da Ausfilm, que une estúdios internacionais à Austrália, declarou que os Estados Unidos possuem um “longa e mutuamente vantajoso histórico” de colaboração cinematográfica com o país.
Estamos acompanhando de perto a situação e aguardando mais informações. Continuaremos trabalhando com nossos parceiros do setor e do governo.
Trump afirma que países têm até julho para fechar acordo sobre tarifas.
Fonte: CNN Brasil