Do céu ao inferno: Falência de 2 planos de saúde nos EUA após rombo de R$9,2 bilhões

Falência de dois grandes planos de saúde revela rombo de US$ 9 bi e abala o sistema de saúde norte-americano; descubra os detalhes do ocorrido.

16/10/2025 12:15

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Do céu ao inferno: Falência de 2 planos de saúde nos EUA após rombo de R$9,2 bilhões
(Imagem de reprodução da internet).

Falência de dois grandes planos de saúde revela rombo de US$ 9 bilhões e abala o sistema de saúde dos EUA

Nos últimos anos, o setor de saúde nos Estados Unidos tem enfrentado uma das maiores crises das últimas décadas. Desde 2023, grandes operadoras de planos de saúde têm declarado falência, deixando milhares de beneficiários sem garantias de continuidade nos cuidados médicos.

Embora tenha havido uma leve melhora em 2024, o cenário ainda é crítico. O aumento dos custos operacionais e a queda nas margens de lucro pressionam o sistema, tornando insustentável o modelo de negócios de várias empresas.

Um dos casos mais emblemáticos é o da Steward Health Care, que pediu falência em maio de 2024, acumulando um rombo financeiro estimado em US$ 9,2 bilhões. O impacto foi devastador para pacientes, profissionais e comunidades que dependiam de seus hospitais.

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Outro exemplo é a CarePoint, que também enfrentou sérias dificuldades financeiras.

A ascensão e queda da Steward Health Care

Fundada em 2010, a Steward Health Care cresceu rapidamente, tornando-se uma das maiores redes hospitalares privadas dos EUA, com 31 hospitais em oito estados. No entanto, seu crescimento foi sustentado por uma estrutura de endividamento de alto risco.

O modelo da empresa envolvia a venda de imóveis hospitalares para fundos de investimento imobiliário, como a Medical Properties Trust, seguida da recompra desses ativos por meio de contratos de aluguel de longo prazo. Essa estratégia garantiu liquidez inicial, mas comprometeu a sustentabilidade a médio prazo.

Entre 2016 e 2023, a Steward distribuiu centenas de milhões de dólares em dividendos aos investidores, mesmo operando com déficits crescentes. Em 2024, a rede entrou em colapso ao ficar sem caixa para pagar fornecedores e manter as operações.

  • Hospitais começaram a fechar as portas;
  • Cirurgias foram canceladas;
  • Milhares de pacientes ficaram sem atendimento.

O pedido de falência, protocolado sob o Capítulo 11 da legislação norte-americana, foi uma tentativa de reorganizar dívidas e evitar um colapso total do sistema.

Falhas de gestão e negligência regulatória

Especialistas apontam que o caso da Steward expôs falhas graves na gestão interna e na fiscalização pública. A empresa operou com pouca supervisão estatal, mesmo diante de sinais claros de descontrole financeiro.

Relatórios indicam atrasos em pagamentos, falta de insumos básicos e insegurança nos atendimentos. A empresa chegou a atrasar salários e interromper serviços de emergência em algumas unidades.

O rombo financeiro de US$ 9,2 bilhões resultou de más decisões, como aluguéis inflacionados, dependência excessiva de crédito e a transferência de lucros para fundos de investimento, sem reservas operacionais.

Consequências políticas e reações

O colapso da Steward gerou uma crise institucional em Massachusetts, onde a empresa concentrava parte de suas operações. O governo estadual interveio para evitar um colapso total na rede hospitalar.

A governadora Maura Healey determinou a desapropriação emergencial do Saint Elizabeth’s Medical Center e defendeu a criação de uma nova legislação para limitar a influência de fundos privados na gestão hospitalar.

Em setembro de 2024, o CEO Dr. Ralph de la Torre deixou o cargo após ser indiciado por desacato criminal, ao se recusar a prestar esclarecimentos ao Senado sobre a condução financeira da empresa.

Medidas de reestruturação e situação atual

Após o pedido de falência, a Steward iniciou um processo de liquidação e reorganização. Em agosto de 2024, vendeu seis hospitais em Massachusetts por US$ 343 milhões, buscando reduzir parte das dívidas.

Em 2025, o tribunal aprovou o plano de reestruturação da empresa, que prevê a venda gradual dos ativos restantes e a utilização de recursos obtidos com processos judiciais contra ex-executivos para pagar credores.

O caso permanece sob supervisão judicial, tramitando conforme o Capítulo 11 da lei de falências dos EUA, com conclusão prevista para o fim de 2025. Atualmente, parte das operações da Steward segue ativa em regime de administração temporária, mas várias unidades continuam fechadas.

O caso CarePoint Health Systems

A CarePoint Health Systems, outra importante rede hospitalar dos EUA, também entrou em falência. Embora os detalhes financeiros não tenham sido amplamente divulgados, fontes confirmam que o grupo enfrenta dívidas elevadas e queda acentuada na receita.

Assim como a Steward, a CarePoint mantém algumas unidades em funcionamento, mas em escala reduzida e sob vigilância de órgãos reguladores. O caso reflete a mesma tendência: alto custo de operação, dependência de crédito e dificuldade em manter rentabilidade diante da inflação hospitalar.

O que as falências revelam?

As falências de grandes operadoras norte-americanas expõem a fragilidade de um sistema de saúde baseado no lucro e altamente dependente de capital privado. O colapso da Steward e o da CarePoint reforçam o alerta sobre o impacto de decisões financeiras especulativas em um setor que deveria priorizar vidas.

Governos estaduais e federais buscam revisar a regulação do setor, enquanto especialistas alertam que a falta de fiscalização e o excesso de endividamento podem gerar novos colapsos nos próximos anos.

Como funciona a prevenção de falências de planos de saúde no Brasil?

No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) possui mecanismos mais rígidos para evitar que o colapso de uma operadora deixe usuários desamparados. Em casos de insolvência, a ANS pode decretar liquidação extrajudicial e transferir os beneficiários para outras empresas em até 90 dias.

Apesar das diferenças estruturais, o exemplo norte-americano serve de alerta para o Brasil: transparência, fiscalização e responsabilidade corporativa são essenciais para preservar o equilíbrio do sistema de saúde.

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