Dólar avança e Ibovespa desabafa com tarifa de Trump e queda acentuada do petróleo
O presidente dos EUA propõe taxar filmes importados em 100%. Ações da Petrobras apresentaram queda em decorrência do recuo global da commodity.

Os mercados de câmbio e ações registraram alta volatilidade, influenciados por novas ameaças de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pela queda no preço do petróleo a nível global. Na segunda-feira (5/5), o dólar fechou em alta de 0,63% em relação ao real, cotado a R$ 5,68. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira (B3), encerrou a sessão em queda de 1,22%, aos 133.491 pontos.
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O dólar até iniciou o dia em queda frente ao real, devido à fraqueza global da moeda americana e à expectativa otimista sobre o avanço nas negociações comerciais entre EUA e China. No entanto, a moeda reverteu para alta, impulsionada pela forte queda no preço do petróleo e por novas ameaças de sobretaxas de Trump, especialmente a tarifa de 100% sobre filmes importados.
Os analistas apontam que esses fatores levaram a uma menor disposição dos investidores em relação a ativos de risco, como ações, e a busca por aplicações mais seguras, como o ouro. Nesse cenário, os contratos futuros do metal registraram alta de 2,44%, atingindo US$ 3.322,3 por onça-troy (31,1 gramas) na Comex, da Nymex.
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Para Shahini, a falta de notícias sobre as negociações entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, também ampliou as incertezas e pressionou a cotação, que operou com liquidez reduzida devido a feriados na China e no Reino Unido. Além disso, a expectativa pelas decisões de juros nesta semana, tanto do Brasil quanto dos EUA, limitou uma valorização mais significativa do real. “O mercado permanece em expectativa pelas decisões dos dois bancos centrais”.
Bolsas no mundo
Diante das incertezas, as Bolsas oscilaram. O S&P 500 caiu 0,62% e o Nasdaq, que concentra ações de empresas de tecnologia, desabou 0,74%. O Dow Jones retrocedeu 0,24%, perdendo a estabilidade (estava em -0,10%) no final da sessão.
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Na Europa, as sessões apresentaram resultados positivos, com ganhos superiores às perdas. O DAX, de Frankfurt, aumentou 1,12% e o FTSE MIB, de Milão, avançou 0,39%. O Ibex 35, de Madri, registrou alta de 0,53%. Em Paris, o CAC 40 registrou queda de 0,55%.
Ibovespa
O índice Ibovespa apresentou queda de 1,22%, influenciado pela desvalorização da Petrobras, decorrente da queda na cotação internacional do petróleo. A empresa cedeu após a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de aumentar a oferta da commodity em junho.
Com maior oferta no mercado, os preços tendem a diminuir. O barril do tipo Brent (referência mundial) com vencimento para julho registrou queda de 1,72%, a US$ 60,23, e o tipo WTI (que serve de padrão para o mercado americano) com entrega prevista para junho caiu 1,99%, a US$ 57,13.
Petrobras enfrenta dificuldades.
As ações preferenciais da Petrobras registraram queda de 3,73%, atingindo R$ 29,66%, o menor valor do ano. “O petróleo WTI e Brent enfrentaram uma movimentação muito forte de baixa, já perdem mais de 20% no ano”, afirma Alison Correia, analista e sócia da Dom Investimentos. “Em abril, o petróleo teve o seu pior fechamento em cinco anos. Isso acontece por causa das tarifas do Trump e de uma expectativa de desaceleração de demanda mundial.”
Adicionalmente, a cotação dos papéis da Petrobras também foi afetada pela revisão para baixo no preço-alvo feita pelo Bank of America (BofA) e pelo anúncio de que a companhia irá reduzir o preço do diesel nas refinarias.
Fonte: Metrópoles