Dólar encerra em alta, com cotação de R$ 5,40; Ibovespa retrocede para 136,6 mil pontos
O pacote do governo Lula para combater o aumento das tarifas nos Estados Unidos causou incômodo financeiro, porém não foi a razão primária da desvaloriz…

O dólar subiu nesta quarta-feira (13) e voltou a ultrapassar a marca de R$ 5,40. No exterior, a moeda norte-americana caiu com a alta probabilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reduzir as taxas de juros em setembro, próxima de 100%. Operadores atribuem a desvalorização do real a ajustes de posições e realização de lucros, após a cotação romper a marca de R$ 5,40 no dia anterior e fechar no menor patamar desde 14 de junho.
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O pacote do governo Lula para combater a inflação dos Estados Unidos causou certo incômodo financeiro, porém não foi a razão primária da desvalorização do real. Além de correções, fatores como a queda do petróleo e o retrocesso de países emergentes, como peso mexicano e peso colombiano, influenciaram negativamente a moeda local.
Com um máximo de R$ 5,4113 no início da tarde, paralelo a mínimas do Ibovespa e do petróleo, o dólar fechou em alta de 0,27%, a R$ 5,4018. Apesar do avanço, a moeda acumula perda de 0,63% na semana e de 3,55% no mês; no ano, recua 12,60% frente ao real.
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À tarde, o governo detalhou o pacote: crédito extraordinário de R$ 30 bilhões, aporte extra de R$ 4,5 bilhões em fundos de garantia às exportações e extensão do Reintegra – benefício que devolve parte dos tributos pagos em produtos exportados – a todas as empresas que vendem aos EUA.
O Índice Dólar (DXY), que acompanha o dólar em relação a seis moedas de referência, atingiu 98,000 pontos e chegou a 97,626. Apresenta queda de 2,20% em agosto e mais de 9,80% no ano.
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A probabilidade de corte em setembro atingiu 99,99%, e a chance de redução total de 75 pontos-base em 2024 aumentou de 50% para 57%.
O Ibovespa caiu 0,89%, situando-se em 136,6 mil pontos, em meio ao acompanhamento de dados do varejo.
Após encerrar o dia anterior próximo aos 138 mil pontos, o Ibovespa caiu para os 136 mil durante a sessão desta quarta-feira, sem conseguir sustentar os 137 mil pontos no fechamento, com variação de 0,89%, aos 136.687,32 pontos. Nesta quarta, oscilou entre os 136.534,63 e os 137.912,90 pontos, partindo de abertura em nível similar (137.910,70) ao da máxima da sessão. Em dia de vencimento de opções sobre o índice, o giro financeiro foi de R$ 38,1 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 0,57%, e no mês, ganha 2,72% — no ano, sobe 13,64%.
Os dados do varejo e do IBGE, bastante fracos e aquém do esperado, influenciaram o desempenho do Ibovespa na sessão, com o sinal que se depreende sobre a economia, considerando que as taxas de juros permanecem em níveis restritivos. A economia está mais fraca, o que gera preocupação sobre a geração de caixa das empresas.
Na extremidade inferior do Ibovespa na sessão, observou-se o desempenho negativo de empresas do setor de varejo e consumo, como CVC (-10,78%), Açúcar & Cia (-10,56%), Petz (-5,91%), Assaí (-4,98%) e Magazine Luiza (-4,27%).
Em oposição, MRV (+6,63%), SLC Agrícola (+1,35%), Brava (+1,22%), Natura (+1,16%) e Localiza (+1,10%). Entre as blue chips, o dia foi amplamente negativo, exceto pelos grandes bancos do BB ON, que subiu 0,21%. Entre as maiores instituições financeiras, o ajuste ficou entre -0,22% (Santander Unit) e -1,07% (Bradesco ON).
O principal movimento do Ibovespa, Vale ON, encerrou em queda de 0,39%, enquanto Petrobras cedeu 0,48% na ON e 0,75% na PN, em função da continuidade da correção do Brent e do WTI. Predominam, no momento, temores em relação à demanda por commodities, após a Agência Internacional de Energia (AIE) prever um maior superávit de oferta, acompanhado por um aumento inesperado nas reservas de petróleo bruto dos EUA na semana.
Após ter alcançado uma série de quatro ganhos no início de agosto, entre os dias 1º e 7, o Ibovespa volta a apresentar dificuldades para recuperar a marca de 138 mil pontos e se aproximar dos níveis de início de julho, que há mais de um mês. Nas últimas quatro sessões, obteve ganho em apenas uma delas, na terça-feira, com alta de 1,69%, mantendo-se restrito a uma faixa relativamente estreita, entre 135 e 137 mil pontos.
À tarde, o mercado financeiro também processou o pacote de medidas do governo federal para atenuar os impactos das tarifas cobradas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Nátaly Tenório
Fonte por: Jovem Pan