Dólar perde valor e a Bovespa avança com expectativa de acordo comercial entre China e Estados Unidos
22/04/2025 às 17h13

Os mercados de câmbio e ações apresentaram sinais de alívio na terça-feira (22/4) no Brasil. O dólar encerrou em queda de 1,32%, sendo cotado a R$ 5,72%, e o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), registrou alta de 0,82%, aos 130.718 pontos, momentos antes do fechamento.
A recuperação se deu em escala global, após um dia de quedas generalizadas, sobretudo nas bolsas de Nova York, decorrente de ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell.
A recuperação dos mercados se intensificou após o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmar, conforme informações da Bloomberg, que a guerra comercial com a China é insustentável e que um acordo entre os dois países é viável.
Com a notícia, Wall Street fortaleceu-se. Anteriormente, o índice Dow Jones subiu 2,64%, o S&P 500 avançou 2,42% e o Nasdaq, que concentra ações de empresas de tecnologia, aumentou 2,39%. No dia anterior, todos apresentaram quedas significativas: -2,48% (Dow Jones), -2,36% (S&P) e -2,55% (Nasdaq).
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O alívio na Europa.
As bolsas europeias, que não operaram no dia dos ataques de Trump, também acumularam ganhos nesta terça-feira. O índice Stoxx 600, que reúne ações de empresas de 17 países, fechou em alta de 0,24%. Na Bolsa de Londres, o avanço do FTSE 100 foi de 0,64%. Em Paris, o CAC 40 subiu 0,56%. O DAX, de Frankfurt, registrou ganhos de 0,34%.
A possível negociação entre EUA e China provocou recuperação do ouro e queda nas negociações. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do metal para junho caiu 0,17%, a US$ 3.419,40 por onça-troy (31,1 gramas). Durante a sessão, ele havia alcançado um recorde histórico, ultrapassando US$ 3,5 mil.
O Ibovespa encerrou a semana com ganhos, impulsionado por expectativas positivas em relação à política econômica e por avanços em negociações comerciais internacionais. A alta também foi favore
No Brasil, o Ibovespa apresentou bom desempenho na quinta-feira (17/4), com alta de 1,04%, último pregão antes dos feriados. Na terça-feira, a valorização continuou em 0,80%, após abertura com forte variação. Dentre as ações do indicador, 49 subiram, 25 permaneceram estáveis e 13 caíram.
Para Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a recuperação dos mercados globais também reflete especulações sobre potenciais acordos de curto prazo na questão comercial entre Japão e Índia. Além disso, as declarações do secretário Scott Bessent sobre uma possível negociação entre os EUA e a China contribuem para esse cenário.
Fator doméstico
“Esses fatores contribuíram para a estabilização no mercado de juros dos EUA, especialmente das taxas de longo prazo, que vinham reagindo de maneira disfuncional às notícias das últimas semanas”, afirma Shahini. “Nesse contexto, houve certa descompressão de prêmios de risco importantes que vinham deteriorando o sentimento do investidor, o que favoreceu a valorização do real e deu impulso às moedas emergentes.”
O analista destaca que fatores internos também contribuíram para o desempenho positivo dos mercados no Brasil. Segundo o especialista, as declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre “reforçar a necessidade de manter as taxas de juros em níveis elevados para controlar o aumento da inflação” foram relevantes.
Fonte: Metrópoles