Dólar registra queda consistente no início da semana, ao mesmo tempo em que Ibovespa avança 1,5% e se aproxima de 140 mil pontos

O dólar fechou nesta segunda-feira (16) a R$ 5,4861, o menor patamar de encerramento desde 7 de outubro (R$ 5,4859); o volume de negociação na bolsa atingiu R$ 22,1 bilhões.

16/06/2025 18h29

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SP - MERCADO/DÓLAR - ECONOMIA - Após fechar a quinta-feira, 3, no menor valor em quase seis meses, o dólar disparou nesta sexta-feira, 4, e voltou a superar R$ 5,80, acompanhando a onda de valorização da moeda norte-americana no exterior, em especial na comparação com divisas emergentes e de países exportadores de commodities. 04/04/2025 - Foto: CRIS FAGA/DRAGONFLY PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O dólar iniciou a semana em declínio constante no mercado interno, acompanhando a tendência de enfraquecimento da moeda americana no exterior. A expectativa de que o conflito entre Israel e Irã não se prolongasse e não se expandisse, sem a intervenção direta dos Estados Unidos, reduziu a aversão ao risco no exterior, permitindo a recuperação de ações e moedas de países emergentes.

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Operadores também mencionaram dados positivos da economia chinesa – varejo e indústria – e o possível impacto das decisões de política monetária no Brasil e nos EUA na quarta-feira (18), com manutenção de amplo diferencial de juros interno e externo, como pontos favoráveis ao recuo do dólar. O real apresentou o melhor desempenho entre as divisas latino-americanas. Considerando as moedas mais líquidas, ficou atrás apenas do rublo russo e do novo shekel israelense.

Com valor mínimo de 5,4856 na fase final das negociações, o dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira (16), em declínio de 1,00%, a 5,4861 – menor valor de fechamento desde 7 de outubro (5,4859). Após a queda desta segunda-feira, a moeda americana passa a ceder 4,08% em junho, o que eleva as perdas acumuladas no ano a 11,23%.

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À tarde, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que o Irã precisa “negociar o mais rápido possível antes que seja tarde demais”. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou que o país não busca intensificar o conflito, mas prometeu reagir a agressões israelenses. Já o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, disse ter comunicado à chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, que a ofensiva contra o Irã ainda não acabou.

O índice DXY, que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, registrou queda de aproximadamente 0,05% no final da tarde, situando-se abaixo dos 98,100 pontos, após atingir mínima de 97,685. A moeda americana apresentou ganho de força, porém, em relação ao franco suíço e ao iene, o que indica menor aversão ao risco. As cotações do petróleo também recuaram, com o contrato do Brent para agosto fechando em declínio de 1,35%, a US$ 73,23 o barril.

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Entre os indicadores norte-americanos, o Índice de Atividade Industrial Empire State, que avalia as condições de produção no estado de Nova York, caiu para -16, um valor significativamente maior do que o previsto (-5,5). Apesar das leituras favoráveis da inflação e dos sinais de recuperação da economia americana, a expectativa é que o Federal Reserve (Fed) mantenha a taxa básica de juros dos EUA nesta quarta-feira e reforce a postura cautelosa, sem indicar pressa em alterar a política monetária.

Na esfera política, as atenções estão voltadas para a votação ainda nesta segunda-feira na Câmara dos Deputados do requerimento de urgência para apreciação do projeto de decreto legislativo (PDL) que revoga o decreto do governo Lula que propõe o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Na manhã seguinte, o Banco Central realizou a venda total de US$ 1 bilhão em dois leilões de linha com compromisso de recompra simultâneos, auxiliando na manutenção do mercado cambial. À tarde, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) comunicou que o déficit comercial brasileiro atingiu US$ 1,215 bilhão na segunda semana de junho. Anualmente, o superávit acumulado é de US$ 27,539 bilhões.

B3 – Índice

O Ibovespa voltou a se aproximar dos 140 mil pontos nesta segunda-feira (16), com a retomada do apetite por risco em Nova York (EUA), apesar das hostilidades entre Israel e Irã. A expectativa de que o conflito seja contido, conforme sugerido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impulsionou a recuperação do petróleo na sessão. Dados econômicos chineses, incluindo a produção industrial e as vendas do varejo, fortaleceram o setor de mineração, com destaque para a ação da Vale ON (+3,26%).

O giro financeiro atingiu R$ 22,1 bilhões na sessão. No mês, o Ibovespa registra alta de 1,63% e, no ano, sobe 15,77%. Na segunda-feira, com alta de 1,49%, aos 139.255,91 pontos, o índice não apenas obteve seu maior ganho diário desde 13 de maio (+1,76%), também esboça retomar o patamar positivo, tendo permanecido em alta, ainda que de forma moderada, em quatro das últimas cinco sessões, exceto pela correção da última sexta-feira (13) – um ajuste negativo mais suave do que o normalmente observado nos mercados da Ásia, Europa e Estados Unidos no encerramento da última semana.

O índice fechou em patamares elevados para o Ibovespa, atingindo o maior nível desde 27 de maio. Em Nova York, o Dow Jones avançou 0,75%, o S&P 500, 0,94%, e o Nasdaq, 1,52%. Assim, o mercado apresentou um desempenho positivo após o The Wall Street Journal divulgar que o Irã estaria buscando retomar negociações sobre seu programa nuclear com a Casa Branca, visando reduzir o conflito militar com Israel.

Magazine Luiza (+6,71%), CSN (+6,05%) e Embraer (+5,34%) lideraram o Ibovespa nesta segunda-feira. BRF (-2,38%), Prio (-1,82%), Marfrig (-0,71%) e Brava (-0,48%), além de Petrobras PN (-0,98%), apresentaram desempenho negativo. Entre as blue chips, Petrobras chegou a mostrar desempenho misto, mas a ON também fechou em baixa, ainda que leve (-0,17%). Os ganhos entre os maiores bancos ficaram entre 0,97% (Santander Unit) e 2,15% (Bradesco PN) no fechamento.

Petróleo

Após a pressão de altos preços sobre as commodities no encerramento da semana passada, os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa, hoje, com o mercado atento aos próximos passos no conflito entre Israel e Irã. A escalada nas tensões nos últimos dias impulsionou as cotações do barril, com analistas acreditando que a marca dos US$ 100 poderia ser ultrapassada. Por outro lado, com sinalizações de que Teerã não tem a intenção de ampliar os ataques, parte dos prêmios de risco foi devolvida hoje, apontam operadores.

Em Nova York, o contrato de petróleo WTI para julho encerrou com queda de US$ 1,67 (US$ 1,22), a US$ 71,77 o barril. Em Londres, o Brent para agosto apresentou recuo de 1,35% (US$ 1,00), a US$ 73,23 o barril.

Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Carolina Ferreira

Fonte por: Jovem Pan

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