O dólar encerrou o dia em nova queda nesta sexta-feira (25/4), sendo a sexta consecutiva. A moeda americana caiu 0,14% em relação ao real, sendo cotada a R$ 5,68. Anteriormente, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), apresentava leve alta de 0,12%, aos 134.739 pontos. As pequenas variações indicam estabilidade dos indicadores.
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Em cenário externo, o dólar se valorizou, ao contrário do que ocorreu no dia anterior. Na sexta-feira, o índice DXY, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas de países desenvolvidos, subiu 0,19%, atingindo 99,48 pontos às 16h40. Isso significa que o real e algumas moedas de países emergentes apresentaram melhor desempenho em relação ao dólar em comparação com moedas mais fortes.
Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o mercado de câmbio apresentou pouca variação nesta sexta-feira, operando em intervalos estreitos. “Externamente, observa-se uma valorização mais ampla do dólar frente às principais divisas globais, impulsionada por expectativas em torno das negociações comerciais entre EUA e China”, afirma o analista. “No entanto, o potencial de valorização da moeda americana permanece limitado, devido às narrativas desalinhadas entre autoridades americanas e chinesas.”
As divergências evidentes nas declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e de representantes da China referem-se à contradição nas manifestações sobre as negociações de tarifas entre os dois países. O governo chinês, contudo, nega que tais negociações estejam em curso.
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Cenário doméstico
Os investidores, no âmbito doméstico, monitoraram a divulgação do IPCA de 15 de abril, visto como um indicativo da inflação para o mês corrente. O resultado foi avaliado positivamente por economistas. Contudo, persiste a expectativa de que o Banco Central (BC) brasileiro mantenha uma política de juros restritiva, com projeção de aumento da taxa Selic entre 0,25% e 0,50% na próxima reunião em maio.
Ademais, o especialista aponta que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deverá manter sua taxa básica inalterada, na faixa entre 4,25% e 4,50%, durante a próxima reunião. Isso resultará em um aumento da diferença de taxas de juros entre Brasil e os Estados Unidos.
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“Isso tem sido o principal fator de sustentação do real, reforçando a atratividade da nossa moeda para operações de carry trade”, afirma Shahini. Carry trade consiste na estratégia utilizada por investidores de tomar dinheiro emprestado em um país com juros baixos e aplicar em outro que ofereça taxas mais altas.
Para o analista, a redução de riscos externos, aliada à postura conservadora do Banco Central brasileiro, explica o bom desempenho do real na semana, que retorna a ser negociado próximo a R$5,70.
Bolsa enfrenta período de incertezas.
Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, aponta que a movimentação do Ibovespa, com avanço tímido, decorre da ausência de avanços concretos nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China. “Isso gera incerteza e um tom mais cauteloso no mercado, após uma sequência de altas”.
O Ibovespa apresenta variação estável, com oscilações entre ganhos e perdas, influenciado pela queda do minério de ferro, que afeta as ações da Vale, e pelo bom desempenho dos bancos. O índice encerra a semana com alta acumulada de aproximadamente 4%, a maior em um ano e meio.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o analista observa que as Bolsas também subiram moderadamente, sustentadas por um sentimento do consumidor mais positivo do que o previsto e pelo desempenho misto dos resultados das grandes empresas Alphabet, que exibiu lucro consistente. “Contudo, os mercados permanecem atentos e voláteis devido ao conflito comercial com a China e pela falta de informações claras sobre tarifas”, afirma.
Fonte: Metrópoles