Na tarde desta sexta-feira (27), o dólar teve uma pequena alta, influenciado pelas declarações de Lula sobre a meta fiscal.
Por volta das 15h, o valor da moeda subiu 0,13%, chegando a R$ 4,99, depois que o presidente mencionou que o governo provavelmente não conseguirá cumprir a meta de eliminar o déficit primário das contas públicas até 2024.
Essa movimentação contrasta com a queda do dólar pela manhã, quando chegou a cair quase 1%, ficando em R$ 4,94.
A queda anterior foi influenciada pelos dados de inflação nos Estados Unidos, que estavam de acordo com as expectativas, e pelo resultado fiscal melhor do que o esperado pelo governo em setembro.
O índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) registrou uma taxa de 0,4% em setembro, mantendo-se no mesmo patamar de agosto.
Nos últimos 12 meses até setembro, o índice caiu para 3,4%, em comparação com os 3,5% observados em agosto.
Os economistas estimaram que o índice PCE principal subiria 0,3% ao mês e 3,4% ao ano, de acordo com a Refinitiv.
“Não teve tantas surpresas assim, então o comportamento (do dólar) pós-divulgação está em linha com o que já era a expectativa do mercado antes do dado”, disse à Reuters Matheus Pizzani, economista da CM Capital.
Adicionalmente, o governo central apresentou um superávit primário de R$ 11,5 bilhões em suas contas em setembro deste ano, de acordo com informações fornecidas pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta manhã.
Esse resultado representa o melhor desempenho para o mês, conforme os registros do Tesouro Nacional, desde 2010, quando o superávit atingiu R$ 55,6 bilhões (ajustados pela inflação).
Pizzani esclarece que o resultado fiscal de setembro era amplamente aguardado e, em certa medida, acabou sendo favorável, proporcionando uma perspectiva um pouco mais otimista para as finanças públicas, especialmente no final do ano.
O especialista ainda reconheceu o “grande esforço da equipe econômica do governo para mudar a base fiscal do país” e aumentar a arrecadação.
