Donald Trump declara que tarifas elevadas transformaram os EUA de “um país morto” em “o mais atraente do mundo”
O presidente dos Estados Unidos comemorou as tarifas que começam a valer nesta sexta-feira e previu que as medidas farão o país “grande e rico” novamente.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou as tarifas que implementará a partir de sexta-feira (1º) aos parceiros comerciais e garantiu que farão com que os EUA sejam “grandes e ricos” novamente, enquanto o prazo se esgota para os países que negociam acordos com o objetivo de evitá-las. O primeiro de agosto tornou-se a nova data simbólica para uma série de tarifas alfandegárias além do mínimo universal de 10%, imposto em abril na maioria dos países, e das aplicadas a certos produtos, como 50% sobre alumínio e aço ou 25% sobre automóveis. Há exceções, como os produtos protegidos pelo Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC), do qual Canadá e México fazem parte.
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“As tarifas tornam os Estados Unidos grandes e ricos novamente”, escreveu Trump em sua rede social Truth Social nesta quinta-feira (31), horas antes de expirar o prazo para que os países negociem acordos comerciais com Washington. “Há um ano, os Estados Unidos eram um país morto, agora são o país ‘mais atraente’ do mundo”, acrescentou em letras maiúsculas.
Na sexta-feira também entrarão em vigor sobretaxas de 50% para os produtos fabricados com cobre, mas excluem as importações do metal bruto, uma ótima notícia para o Chile. Em abril, Trump adiou as sobretaxas por 90 dias, até o início de julho, e novamente até 1º de agosto, para dar tempo às negociações comerciais, mas na quarta-feira (30) avisou que agora são “inadiáveis”.
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As taxas alfandegárias sobre produtos de cerca de 80 países, incluindo os 27 da União Europeia (UE), elevarão-se a partir da meia-noite, entre 11% e 50%, conforme a origem dos produtos. Alguns países, como a UE, Japão, Coreia do Sul, Reino Unido, Vietnã, Indonésia e Filipinas, estabeleceram acordos com a Casa Branca, o que resulta em alíquotas inferiores às inicialmente divulgadas.
Brasil e México
Alguns parceiros comerciais dos Estados Unidos enfrentam restrições nas negociações. No caso do Brasil, houve maior impacto devido às tarifas alfandegárias, em parte como retaliação pelo julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado após perder as eleições presidenciais de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva. Os produtos brasileiros estarão sujeitos a uma sobretaxa de 50% a partir de 1º de agosto, com exceções como suco de laranja, energia, aeronaves civis e seus componentes, fertilizantes, metais preciosos, celulose ou ferro-gusa, entre outros.
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Não se sabe o que ocorrerá com a taxa de 30% que Trump ameaçou impor ao México, devido ao fato de o país não estar agindo de forma suficiente no combate ao tráfico de fentanil, um opioide sintético responsável por uma crise de saúde nos Estados Unidos.
Segundo o Laboratório de Orçamento da Universidade de Yale, até 30 de julho, as taxas médias estavam acima de 18%, o patamar mais elevado desde 1933, e ainda poderiam subir.
O Federal Reserve (banco central dos EUA) declarou na quarta-feira que o crescimento dos Estados Unidos diminuiu no primeiro semestre de 2025, ainda que o mercado de trabalho continue robusto, com uma taxa de desemprego baixa. “As tarifas estão enfraquecendo progressivamente a atividade econômica”, garante a economista-chefe da Nationwide, Kathy Bostjancic.
Aumento de preços
Samuel Tombs, diretor de Economia da Pantheon Macroeconomics, estima que o crescimento dos Estados Unidos no segundo semestre do ano será inferior a 1% ao ano. Já Jason Furman, professor de economia da Universidade de Harvard, projeta que a inflação alcance até 3%.
O presidente do Fed, Jerome Powell, declarou que as tarifas influenciam os preços de determinados produtos. “Observamos o início dos efeitos nos preços dos bens”, que poderiam ser “um pouco mais altos”, mas, “de qualquer forma, não seriam nulos”, destacou.
Com informações da AFP
Publicado por Nícolas Robert
Fonte por: Jovem Pan