É necessário reduzir, afirma ex-presidente da Caixa em crítica ao novo IOF
Daniella Marques, que liderou o banco no governo Bolsonaro, declara que o Brasil “arrecadou muito”, porém “gasta mal”.

A ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, criticou na segunda-feira (9.jun.2025) o plano do governo para equilibrar as contas, que se baseia no aumento de arrecadação. “Qual é o problema desta situação, nesta discussão toda? A conta não fechou. Precisa de R$ 60 bilhões. O que [o governo] faz? Aumenta mais um imposto. Não! Tem que cortar gastos”, declarou.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A declaração foi feita a empresários, em um evento organizado pelo publicitário Sergio Lima, que atuou como marqueteiro de Jair Bolsonaro (PL) na campanha de 2022, e Vinicius Antônia, do podcast Forjando Resultados, no Shopping Iguatemi Alphaville, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo.
Sob o risco de não cumprir o arcabouço fiscal em 2025, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, bloqueou R$ 30 bilhões do Orçamento e aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em maio. A medida foi mal recebida pelo mercado. Haddad, inicialmente, recuou em alguns pontos. Agora, após receber um ultimato do Congresso, apresentou uma nova proposta. No domingo (8.jun), anunciou a redução mais ampla do alcance do aumento do IOF, mas disse que vai compensar a medida com a elevação de imposto das bets e corte de isenções fiscais.
LEIA TAMBÉM:
● Irã ataca a cidade israelense de Tel Aviv; veja
● Goiás registra ocorrência de gripe aviária em aves domésticas
● Observe imagens e acompanhe vídeos do ataque do Irã a Israel
Com a confiança do ex-ministro da Economia Paulo Guedes, a ex-presidente da Caixa declarou que buscar solucionar a questão do Orçamento através da receita é um equívoco. “O Brasil arrecada muito, mas gasta muito mais e gasta muito mal. Já temos uma carga tributária pesada”, afirmou ela, atualmente sócia na Legend, holding que movimenta mais de R$ 30 bilhões no mercado financeiro.
Marques defendeu uma reforma administrativa como solução para a crescente dívida pública. “É preciso desvincular o orçamento, é preciso ter uma modernização da máquina do Estado e é preciso transformar o excesso de arrecadação – porque a arrecadação está batendo recorde – em redução de impostos e não em elevação de gastos”, declarou a ex-presidente da Caixa, que assumiu o banco público em junho de 2022 e ocupou o cargo até o final daquele ano.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A ex-presidente da Caixa mencionou o manifesto publicado no sábado (7.jun) pela Esfera Brasil, um grupo de estudos de empresários. O documento da organização utiliza a frase âessa conta não é nossaâ e declara: âExistem questões que não podem ser adiadas. As contas públicas do Brasil estão no limite. O país gasta mais do que pode e quando o Estado gasta mal, quem paga são os cidadãosâ.
Segundo Marques, “a questão do IOF trouxe o debate sobre os gastos. O reflexo disso, para nós, além dos impostos, está essa falta de credibilidade do Brasil em relação a uma trajetória de dívida descontrolada. E aqui está nosso custo de capital. Por isso os juros estão em 14,75%. O juro nada mais é do que o espelho de sua capacidade de pagar, como é individualmente para cada um de nós e cada uma de nossas empresas.”
O evento no Shopping Iguatemi Alphaville contou com palestra do secretário do Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima, que também atuou na equipe de Guedes durante o governo Bolsonaro. Nesta 1ª escalada do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), potencial candidato à Presidência em 2026, Lima defendeu uma reforma administrativa. Ele afirmou que, mais do que um nome à presidência, o campo da direita deve definir um projeto de país. Segundo o secretário, esse projeto deve ter como prioridade uma reforma do Estado “já no 1º ano”.
Fonte por: Poder 360