Eagle processa Textor em disputa pelo controle do Botafogo
Empresa detetora acusa executivo dos Estados Unidos por operações financeiras que diminuiriam sua fatia na Sociedade Anônima do Futebol.

A disputa pelo controle da SAF do Botafogo aumentou após a Eagle Football entrar com uma ação na Justiça contra o empresário norte-americano John Textor. O processo foi registrado na última semana na 2ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Os acionistas da holding denunciam que o gestor implementou diversas ações ilegais durante seu período no comando do clube, solicitando a suspensão imediata dessas decisões, conforme relatado pelo O Globo. O desentendimento se baseia em acusações de manobras financeiras, diferenças societárias e operações relacionadas ao Lyon, clube francês que também faz parte da rede de investimentos de Textor.
A empresa detém que Textor buscou a totalidade do controle da Sociedade Anônima do Futebol por meio de uma operação societária, sem consultar o acionista majoritário.
LEIA TAMBÉM:
● Museu Tailandês remove obras de minorias devido à pressão da China
● Trump questiona números oficiais sobre o mercado de trabalho
● Motta afirma que a anistia desvia a atenção de outras questões prioritárias do Brasil
Textor pretendia transferir uma dívida de 150 milhões de euros da SAF para uma empresa controlada por ele nas Ilhas Cayman, com isenção de inadimplência (ativo negociado por um valor inferior ao seu valor nominal). O plano previa um novo financiamento de 100 milhões de euros, que resultaria na conversão da dívida em ações e na diluição da Eagle.
Após a crise financeira do Lyon, a holding encerrou o contrato com o agente e designou outro representante. Mesmo mantendo 65% da Eagle, Textor firmou acordo para deixar o comando da empresa.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Eagle move a Justiça solicitando a suspensão dos efeitos da assembleia extraordinária realizada em 17 de julho e da reunião do Conselho de Administração. Além disso, requer que seja proibida a emissão de novas ações e a celebração de contratos entre o Botafogo e pessoas ou empresas ligadas a John Textor, conforme informações da ESPN.
O Botafogo confirmou a venda do meia-atacante Savarino ao Lyon por 7,6 milhões de euros (R$ 48 milhões). Apesar de continuar atuando pelo clube carioca, os direitos econômicos do jogador pertencem à equipe francesa. Outros atletas, como Luiz Henrique, Igor Jesus e Jair, também seriam transferidos ao Lyon, mas foram negociados com terceiros devido ao clube francês estar impedido de registrar novos jogadores. Segundo o Botafogo, os valores dessas transações foram direcionados para a operação financeira do Lyon.
A SAF do Botafogo nega ter realizado esforços para reduzir a participação da Eagle na estrutura acionária. Afirma que todas as decisões foram tomadas em conformidade com a legislação e visavam assegurar recursos financeiros em caso de inadimplência da própria Eagle ou do Lyon, clube francês também vinculado à rede de John Textor. De acordo com a SAF, o sócio majoritário teria prioridade nesses aportes.
O Botafogo publicou nas redes sociais:
A SAF do Botafogo esclarece que sempre valorizou a colaboração no ecossistema da Eagle Football e mantém o desejo de que essa parceria continue existindo, em benefício de todos os clubes que compõem o grupo.
Infelizmente, as medidas adotadas por órgãos reguladores na França…
O Botafogo F.R. (@Botafogo) publicou em 4 de agosto de 2025.
A disputa, contudo, prejudica a gestão da empresa e pode causar instabilidade institucional. Se as operações aprovadas forem consideradas inválidas judicialmente, o Botafogo corre o risco de sofrer impactos financeiros significativos. A incerteza na direção também afeta a gestão esportiva do clube, durante a temporada.
Apesar do rompimento com a Eagle, John Textor permanece no cargo de gestor da SAF, com o apoio do Conselho de Administração e decisões favoráveis na Justiça. A holding ainda possui a maior parte das ações, mas atua judicialmente para reverter as recentes decisões e recuperar o controle efetivo da empresa.
Fonte por: Poder 360