Eduardo Bolsonaro ataca aliados e aprofunda divisão na direita

Deputado interrompe cessar fogo com aliados e estende isolamento de núcleo estratégico do ex-presidente Jair Bolsonaro.

29/07/2025 19h18

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(Imagem de reprodução da internet).

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ampliou os ataques públicos direcionados a membros da direita, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Jr. (PSD-PR) e Nikolas Ferreira (PL-MG).

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As críticas evidenciaram a divergência entre apoiadores de Bolsonaro e seus aliados em face da crise com os Estados Unidos e da luta pelo domínio no cenário conservador.

Eduardo e Nicolás.

A semana iniciou com uma nova série de ataques ao deputado federal na segunda-feira (28.jul.2025).

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Eduardo lamentou uma possível interação de Nikolas com um perfil que se identifica como ex-bolsonarista, em resposta a uma publicação de Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira e atualmente nos EUA.

“É lamentável a situação em que Nikolas se encontra”, escreveu o deputado, afirmando que a influenciadora defende sua prisão.

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Em entrevista ao programa Oeste com Elas, no dia 21 de julho, Eduardo declarou estar “decepcionado” com o colega devido à sua atuação tímida no apoio a sanções contra autoridades brasileiras, classificando Nikolas como “pouco ativo”.

Eduardo versus Tarcísio

Em menos de duas semanas após um “encontro” com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Eduardo Bolsonaro voltou a criticá-lo publicamente.

Em 21 de julho, na mesma data em que criticou Nikolas, o filho do ex-presidente questionou Tarcísio em uma publicação no X: “Por que Tarcísio mantém como vice-líder uma pessoa do MBL?”.

O debate criticava o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil), que em vídeo manifestou discordância em relação ao veto do ex-presidente Bolsonaro ao projeto sobre o STF (Supremo Tribunal Federal) e à indicação do ministro Kassio Nunes Marques.

A declaração reacendeu a tensão entre os dois, que perdura desde a atitude de Tarcísio em relação à tarifação dos produtos brasileiros imposta pelos Estados Unidos. O governador chegou a criticar o governo Lula, porém depois adotou um tom mais brandido, desagradando o núcleo bolsonarista.

Dias antes da última investida do filho, Jair Bolsonaro (PL), tentou pacificar os ânimos entre ambos, declarando ao Poder360 que “estava tudo resolvido”.

A reconciliação contou com a mediação de aliados, incluindo o comentarista Paulo Figueiredo, porém a nova tentativa de Eduardo demonstrou que o relacionamento entre os dois ainda é instável.

Em domingo (27.jul), voltou a criticar Tarcísio, após o governador afirmar em evento na Expert XP que almejava diálogo com o setor produtivo paulista acerca do impacto das tarifas.

Eduardo X Ratinho Jr.

Eduardo também se manifestou contra o governador do Paraná no domingo (27 de julho). No mesmo evento, Expert XP, Ratinho Jr. desconsiderou a relação entre a taxação imposta pelos Estados Unidos e o ex-presidente.

O governador afirmou que Bolsonaro não é mais prioritário em relação à relação entre o Brasil e os Estados Unidos, criticando também o discurso de desdollarização do presidente Lula.

Eduardo declarou que o aliado não considerou que Donald Trump, presidente dos EUA, utilizava as sobretaxas para elogiar Bolsonaro.

O governador disputa de perto as próximas eleições. Ratinho Jr. iguala Bolsonaro e supera Lula no Paraná, conforme aponta a última pesquisa. Ele registra 33,6% das intenções de voto, contra 34,4% do ex-presidente.

Bolsonaro inelegível.

Em 2026, Bolsonaro busca conciliar seus apoiadores mais conservadores, incluindo Tarcísio, um dos principais nomes da direita. Contudo, surgem divergências que dificultam a união do setor.

As declarações geraram reações no próprio campo bolsonarista. Em entrevista ao UOL em 16 de julho, o presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil, senador Ciro Nogueira (PP-PI), criticou a postura de Eduardo.

Ele tem o direito de fazer críticas, mas comete um erro. Eu discordo totalmente [de Eduardo]. Nenhum brasileiro pode aplaudir aumento de tarifa contra o nosso país, afirmou, referindo-se à defesa que o deputado faz da retaliação norte-americana, vista por bolsonaristas como uma resposta aos atos de 8 de Janeiro.

Fonte por: Poder 360

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