O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visitou Jair Bolsonaro (PL) na tarde da quinta-feira (7) em Brasília. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da investigação que apura articulações com o governo dos Estados Unidos em detrimento da soberania brasileira.
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A visita se dá dias após Tarcísio ser alvo de críticas públicas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente que reside atualmente nos EUA. Ele acusou o governador de “subserviência servil às elites” e de se omitir em relação à tarifa de 50% imposta pelo presidente estadunidense Donald Trump sobre produtos brasileiros.
A decisão de Trump foi acompanhada de uma defesa direta a Bolsonaro, que enfrenta processo no STF por tentativa de golpe de Estado. O presidente dos EUA também sancionou Moraes com base na Lei Magnitsky, que possibilita a Washington aplicar sanções a cidadãos estrangeiros acusados de corrupção em grande escala ou graves violações de direitos humanos.
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As ações foram interpretadas como uma retaliação política e fortaleceram o alinhamento da extrema direita internacional com Bolsonaro. “A ordem considera que a perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivados pelo governo do Brasil contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores são graves violações dos direitos humanos que minaram o Estado de direito no Brasil”, diz um trecho do comunicado oficial da Casa Branca ao oficializar a tarifa.
Diante dos ataques de Trump, Tarcísio chegou a elogiar a atuação da diplomacia brasileira. O governador afirmou que uma eventual anistia aos condenados por tentativa de golpe não deveria se sobrepor à recuperação econômica do país.
Após as críticas, o governador se ausentou da manifestação bolsonarista na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, no último domingo (3). Segundo sua assessoria de imprensa, ele não participou do evento que defendia Bolsonaro devido a um procedimento médico.
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A defesa sustentou ao STF a existência de razões “político-institucionais” e questões “humanitárias” para justificar o contato com Bolsonaro, que encontra-se preso por descumprir medidas protetivas.
O governador figura como um dos principais nomes para receber o capital político do ex-presidente nas eleições presidenciais do próximo ano. Contudo, sua candidatura somente será politicamente viável com o apoio de Bolsonaro.
Ademais, Moraes permitiu a presença da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF), do líder da oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Zucco (PL-RS), dos deputados Geraldo Junio (MG) e Marcelo Pires Moraes (RS), ambos do PL, e do empresário e presidente do PL em Angra dos Reis, Renato De Araújo Corrêa.
O ministro informou que as visitas devem acontecer entre os dias 7 e 14 do corrente mês, em datas distintas.
Fonte por: Brasil de Fato