Elevador se torna mais um caso de violência contra a mulher, evidenciando o machismo da sociedade

Em 78% das vezes, o autor do crime de violência doméstica é o parceiro ou antigo parceiro da vítima.

08/08/2025 12h34

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(Imagem de reprodução da internet).

Início este texto com um trecho da música Identidade, do poeta Jorge Aragã, que foi escrita para a comunidade negra, falando de se reconhecer em cada lugar, mas o elevador social deixou de ser representação de liberdade, de inclusão, para se tornar espaço de opressão, agressão e tentativa de feminicídios.

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Observamos o que tem ocorrido nos últimos dias, com dois casos alarmantes de violência contra a mulher. Em Natal (RN), uma mulher sofreu agressão com 61 socos por Igor Eduardo Pereira Cabral, e necessitou de sete cirurgias para a reconstrução facial.

Em seguida, foi divulgado um vídeo de um “empresário”, Cleber Lúcio Borges, que também agrediu outra mulher, em um elevador, desta vez no Distrito Federal, em Brasília, com socos e cotoveladas. A vítima ficou cinco dias internada e sofreu fraturas no rosto e edemas pelo corpo.

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Essas agressões refletem uma sociedade que vitimiza mulheres constantemente, e o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública contribui para isso. O Brasil contabilizou 1.492 feminicídios em 2024, um número recorde histórico desde 2015, início da série histórica.

As maiores vítimas ainda são mulheres negras (63,6%), com idades entre 18 e 44 anos (70,5%), e a maioria dos casos (64,3%) ocorre em residências. Em 80% dos casos, o agressor é o parceiro ou ex-parceiro da vítima.

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Ademais, onde se encontram os demais homens, que permanecem em silêncio diante dessas violências? É incompreensível a quantidade de homens que não se manifestam, que não combatem pelas causas das mulheres, essas que eles afirmam amar. E não utilizarei o argumento “e se fosse com sua mãe” ou “e se fosse com sua irmã”. O posicionamento transcende a proximidade familiar, trata-se de uma questão de humanidade.

Enquanto os homens não menstruarem, a pobreza menstrual persistirá; enquanto os homens não tiverem gestações, haverá questionamentos sobre o aborto. Esse texto aborda a ausência de posicionamento ativo dos homens em relação a outros assuntos, e seu silêncio ecoa nas experiências das vítimas.

O elevador permanece sendo um local de violência contra as mulheres.

Alessandra Costa é jornalista. Este artigo de opinião não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

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