Em 2023, cinco jovens foram assassinados a cada duas horas

O relatório do Atlas da Violência, lançado pela Ipea nesta segunda-feira.

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Em 2023, 21,8 mil jovens entre 15 e 29 anos foram vítimas de homicídio. Isso corresponde a uma média de 60 assassinatos diários, ou cinco a cada duas horas.

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O estudo demonstra um extenso mapeamento da violência no país, analisando diferentes grupos populacionais. Em todo o Brasil, foram registrados 45,7 mil homicídios, sendo que a morte violenta de jovens representou cerca de 47,8% de todos os homicídios em 2023.

A morte violenta foi a principal causa de óbito na população de 15 a 29 anos. Trinta e quatro para cada 100 pessoas nessa faixa etária faleceram vítimas de homicídio. Homens representaram 93,5% dos registros.

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O Atlas da Violência é produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao governo federal, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), uma organização sem fins lucrativos.

O estudo, conduzido pelo pesquisador Daniel Cerqueira, do Ipea, e pela diretora executiva da FBSP, Samira Bueno, reúne informações de fontes oficiais, incluindo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo censo populacional, e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

Taxa de homicídios

Em 2023, a taxa de homicídios entre jovens de 15 a 29 anos atingiu 45,1 por 100 mil pessoas, superando em mais do dobro o índice da população brasileira como um todo (21,2). Contudo, a partir de 2020, essa taxa de homicídios entre jovens demonstrou uma tendência de declínio.

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A criminalidade violenta gera diversas consequências negativas, incluindo menor crescimento econômico, redução no desenvolvimento educacional de crianças e adolescentes e diminuição da participação no mercado de trabalho.

Mulheres

A análise de dados específicos sobre mulheres revela 3.903 homicídios em 2023, correspondendo a uma taxa de 3,5 por 100 mil habitantes. O número é similar ao registrado desde 2019.

O estudo destaca que a redução foi mais expressiva na população em geral do que entre as mulheres.

A análise por unidades da federação identifica os locais com maior risco para a vida das mulheres. Em Roraima, a taxa de homicídio feminina atingiu 10,4, três vezes superior à nacional. Amazonas, Bahia e Rondônia apresentam indicadores de 5,9 homicídios por 100 mil habitantes.

Os estados com as menores taxas foram São Paulo (1,6), Minas Gerais (2,6), Distrito Federal (2,7) e Santa Catarina (2,8).

LGBTQIA+PN+

Em relação à população classificada pelo documento como LGBTQIAPN+ (designa lésbicas, gays, bissexuais, travestis, trans, queers, intersexuais, assexuais, pansexuais, não-binárias, entre outras), os dados se referem a internações por agressões.

Em 2023, houve um aumento de 35% nos casos de violência contra homossexuais e bissexuais registrados no sistema de saúde, em comparação com 2022, que totalizaram 19,6 mil casos.

O número de registros de violência contra pessoas transsexuais e travestis cresceu 43%, passando de 3.800 para 5.500.

Os pesquisadores alertam que os dados coletados não apresentam contextualização sobre a motivação da agressão, não sendo possível atribuir discriminação LGBTfóbica especificamente.

Fonte: Carta Capital

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