Em 2024, houve uma diminuição de 14% no desmatamento da Mata Atlântica

Número de alertas diminuiu, porém a média de área destruída aumentou; os dados são provenientes dos dois principais sistemas de monitoramento da Mata Atlântica.

12/05/2025 14h39

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(Imagem de reprodução da internet).

Relatório divulgado nesta segunda-feira (12.mai.2025) aponta que a área desmatada na Mata Atlântica em 2024 foi de 71.709 hectares, representando uma redução de 14% em relação aos 82.531 hectares desmatados em 2023. Os dados são da Fundação SOS Mata Atlântica.

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O estudo foi conduzido pelos dois principais sistemas de monitoramento da Mata Atlântica: o Atlas da Mata Atlântica, coordenado pela Fundação em colaboração com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e o SAD (Sistema de Alertas de Desmatamento) Mata Atlântica, desenvolvido em conjunto com a rede MapBiomas.

Segundo o Atlas, que monitora áreas com fragmentos acima de 3 hectares em matas maduras, a perda de vegetação diminuiu de 14.697 hectares em 2023 para 14.366 hectares em 2024, representando uma redução de apenas 2%. Essa desmatamento implica a emissão de aproximadamente 6,87 milhões de toneladas de CO2 equivalente, um volume similar às emissões anuais de Camarões ou do Distrito Federal.

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O SAD, que identifica desmatamentos menores e observa áreas em regeneração, apresentou queda de 14%. Entre matas maduras e mais jovens, foram desmatados 71.109 hectares em 2024, em comparação com 82.531 hectares no ano anterior.

O número de alertas diminuiu de 7.396 para 5.693, porém a média de área destruída aumentou de 11,2 para 12,5 hectares, revelando desmatamentos mais extensos e concentrados.

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O executivo-chefe da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, afirmou que a redução observada nos dados é limitada em relação ao exigido. As perdas continuam elevadas, sobretudo em áreas historicamente críticas, e persistem em expansão sobre matas maduras, que são insubstituíveis em biodiversidade e regulação climática.

O desmatamento continua sendo uma grave ameaça ao futuro da Mata Atlântica, e, ao nosso futuro, visto que o bioma abriga aproximadamente 70% da população brasileira e sustenta mais de 80% do Produto Interno Bruto nacional. Diante das crises globais climáticas e da biodiversidade, das tragédias ambientais e das frequentes crises hídricas no Brasil, a degradação da Mata Atlântica aumenta o risco de colapso dos serviços ecossistêmicos essenciais à nossa qualidade de vida, à segurança alimentar e à economia do país.

Estados em alerta

O relatório aponta que Piauí e Bahia ocupam o topo do ranking estadual de desmatamento, com 26.030 e 23.218 hectares removidos, conforme dados do SAD.

Na Bahia, a devastação de matas maduras quase dobrou, aumentando de 2.456 para 4.717 hectares (92%), mesmo com uma queda total de 37% em relação ao ano anterior. No Piauí, o desmatamento total cresceu 44%, atingindo 26.030 hectares, enquanto a remoção de matas maduras diminuiu.

No Rio Grande do Sul, os dados indicam um aumento significativo devido, sobretudo, a deslizamentos provocados pelas chuvas de abril e maio de 2024. Os eventos considerados “desastres naturais” foram responsáveis pela maior parte dos 3.307 hectares desmatados em 2024.

Eventos climáticos extremos também afetaram áreas protegidas em São Paulo e no Rio de Janeiro, demonstrando a vulnerabilidade das Unidades de Conservação frente às mudanças climáticas.

Fonte: Poder 360

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