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Embaixador solicita maior atuação de Lula em relação à guerra no Congo

O embaixador da República Democrática do Congo no Brasil, Benoit-Labre Mibanga Ngala-Mulume Wa Badidikee, solicitou uma atuação mais engajada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação à guerra que assola o segundo maior país da África.

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A solicitação foi feita na terça-feira (29/04) em evento ocorrido no Instituto de Referência Negra Peregum, em Brasília.

Caos no Congo

Durante o discurso, Ngala-Mulume destacou Ruanda como a principal causa das turbulências das últimas décadas. Para o diplomata, o país liderado por Paul Kagame conduz uma “guerra de invasão”, com o objetivo de ocupar partes da RDC.

O governo congolês considera a defesa dos tutsis no país apenas como um pretexto para planos mais amplos da Ruanda. Segundo o embaixador Ngala-Mulume, o objetivo último seria a exploração de recursos minerais do país.

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Apesar de o governo de Ruanda ser acusado de não só patrocinar grupos armados na região, como também atuar no solo da República Democrática do Congo, o diplomata alegou que o país não age sozinho. Para ele, os ruandeses recebem apoio e anuência de grandes potências mundiais.

Ruanda, por si só, não possui capacidade de enfrentar a República Democrática do Congo, afirmou o embaixador, mencionando a disparidade de tamanho e de recursos entre os dois países. “Eles são financiados por grandes países do Norte Global. Por isso, contamos muito com a ajuda do Brasil, que tem grande representatividade no Sul Global e uma voz ativa na comunidade internacional. Quando o presidente Lula fala, nós [o mundo] escutamos.”

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O diplomata solicitou que o governo brasileiro cumprisse uma resolução da ONU, ratificada em fevereiro deste ano, e que os 15 membros do órgão pudessem cessar o apoio ao M23 e demais grupos insurgentes na República Democrática do Congo, bem como a retirada de tropas ruandenses do país.

A aliança rebelde Alliance Fluvia Congo (AFC), liderada pelo M23, controla atualmente duas cidades importantes na República Democrática do Congo: Goma e Bukavu.

Segundo o governo congolês, aproximadamente 7 mil pessoas – incluindo combatentes e civis – perderam a vida desde janeiro devido aos conflitos no país.

Crise humanitária

Os anos de guerra colocaram a República Democrática do Congo (RDC) em uma das piores crises humanitárias do mundo. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 7,3 milhões de pessoas foram internamente deslocadas devido aos conflitos, incluindo 400 mil desde o início deste ano.

Adicionalmente, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estimam que 28 milhões de congoleses sofram de insegurança alimentar grave.

Fonte: Metrópoles

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