Embaixadores brasileiros articulam diálogo com o Palácio da Casa Branca em contato com legisladores norte-americanos
O Congresso dos Estados Unidos precisa aprofundar o debate em setembro.

Em Washington, diplomatas brasileiros buscam um diálogo com pessoas de confiança na Casa Branca, sobretudo por meio de congressistas democratas e republicanos. O propósito é apresentar ao presidente americano Donald Trump a versão do governo Lula acerca dos fatos no Brasil, enfatizando que o país se encontra em uma democracia e que não compete ao Executivo intervir no judiciário.
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Após o secretário de Tesouro americano Scott Bessent cancelar a reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, integrantes do Itamaraty avaliaram que os canais de diálogo oficiais com Washington devem permanecer fechados. A saída, desde então, tem sido construir pontes informais com a Casa Branca, por meio de conversas paralelas com deputados, senadores e empresários que possuam ligação com os assessores mais próximos de Trump.
O retorno das atividades legislativas americanas em setembro deve promover um diálogo mais intenso, com o aumento da circulação de parlamentares entre o Capitólio e a Casa Branca. O Congresso americano conta com uma frente parlamentar dedicada ao relacionamento com o Brasil, denominada “Brazil Caucus”, e espera-se que as discussões com essa frente se desenvolvam.
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O esforço, segundo técnicos do Itamaraty, é de “formiguinha”, porém pode produzir resultados se os interlocutores entre Brasil e Trump forem de “confiança” e conseguirem superar os obstáculos dos assessores do presidente americano que sejam leais ao deputado federal Eduardo Bolsonaro e ao discurso de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Entre os assessores mais alinhados à narrativa bolsonarista, que tem articulado contra o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, está Steve Bannon, porta-voz e estrategista da direita americana. Uma das impressões de diplomatas brasileiros é de que o segundo mandato de Trump está muito mais próximo que o primeiro, que ele se cercou de pessoas com o mesmo pensamento e linha ideológica, toma decisões, por vezes, sozinho, e não se aconselha com diplomatas de carreira americanos.
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Fonte por: Jovem Pan