Um barco autônomo, equipado com inteligência artificial, iniciou testes no rio Xingu, no Pará, para monitorar em tempo real a qualidade da água na área de influência da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Visa-se mudar a maneira de monitorar a saúde dos rios amazônicos em áreas de difícil acesso, diminuindo os riscos para os técnicos e reduzindo os custos operacionais.
O navio desloca-se de maneira independente por trajetórias previamente estabelecidas, obtendo dados através de um sensor multiparamétrico que mede parâmetros como temperatura, turbidez, pH e oxigênio dissolvido.
LEIA TAMBÉM!
Os dados são transmitidos por satélite para um sistema com inteligência artificial, que analisa e prevê a qualidade da água, dispensando análises laboratoriais complementares.
Alimentado por energia solar, o protótipo apresenta autonomia de até 20 horas e consegue cobrir uma área de monitoramento de até 500 km². Utiliza três baterias de lítio e 12 placas solares de 100W cada, eliminando o emprego de combustíveis fósseis, frequentemente empregados em embarcações na região amazônica.
O projeto foi desenvolvido pela Norte Energia, concessionária de Belo Monte, em colaboração com a Fundação CERTI, a USSV Tecnologia Autônoma e o Instituto CERTI Amazônia, com um investimento de aproximadamente R$ 4 milhões.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A ação é regulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e visa ser replicada em outros reservatórios de hidrelétricas na Amazônia.
Adicionalmente, a solução compreende módulos na nuvem para armazenamento e processamento de dados, possibilitando o monitoramento remoto dos indicadores de qualidade da água.
Espera-se que o sistema seja colocado em operação, com acompanhamento, no segundo semestre deste ano, no reservatório intermediário de Belo Monte.
Para Lorenzo Cardoso de Souza, diretor da USSV Tecnologia Autônoma, a tecnologia representa um progresso na segurança e na eficiência do monitoramento.
A tecnologia possibilita o monitoramento de locais de difícil acesso com regularidade, sem expor equipes a riscos e considerando as condições climáticas.
Com a operação em estágio final de testes, especialistas estimam que o projeto poderá estabelecer um novo referencial para o acompanhamento ambiental de grandes rios, integrando ciência, tecnologia e sustentabilidade na própria Amazônia.
Fonte por: CNN Brasil