São Paulo

Empreendedor detido sob solicitação de Erdogan ministrou aulas de turco na USP

O turco naturalizado brasileiro, Mustafa Goktepe, detentor de uma rede de restaurantes e que também atuou como professor visitante na Universidade de São Paulo (USP) ministrando aulas de língua e cultura turca, foi preso pela Polícia Federal (PF) a pedido do governo de Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia.

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Goktepe, com 47 anos, reside no Brasil há 20 anos e é naturalizado brasileiro desde 2012. Ele é casado com uma brasileira e tem duas filhas nascidas no Brasil. Durante sua permanência no país, o turco-brasileiro estabeleceu uma rede de restaurantes com três unidades localizadas em São Paulo, uma na Bela Vista, região central, outra no Brooklin, zona sul, e a outra na Mooca, zona leste paulistana. A franquia de restaurantes concentra-se na culinária turca.

O empresário é fundador do Centro Cultural Brasil Turquia (CCBT) e é presidente do Instituto Pelo DiáIntercultural. Ele também ministrou aulas de língua e cultura turca, bem como civilização turco-islâmica na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). Além disso, coordenou duas escolas na capital paulista.

Prisão

O que afirma a defesa do turco Mustafa Goktepe.

O advogado Beto Vasconcelos, ex-secretário Nacional de Justiça, classificou a medida como uma “violência” motivada por razões ideológicas. “Este é mais um capítulo da triste história do autoritarismo do governo turco, que tenta usar ilegalmente os processos de extradição como instrumento de perseguição política extraterritorial, para submeter pessoas aos seus tribunais de exceção e a graves violações de direitos fundamentais”, declarou.

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O representante legal ainda sustentou que o turco-brasileiro é reconhecido pela defesa da democracia, tolerância política e religiosa.

Este é o terceiro pedido de extradição apresentado pela gestão da Turquia a membros do movimento Hizmet no Brasil. Os dois anteriores foram rejeitados unânime pela Corte.

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Beto Vasconcelos acredita que, após receber as informações, o STF irá revogar a prisão e recusar a extradição.

Fonte: Metrópoles

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