Empresa busca R$ 50 milhões por shopping de SP com casos de racismo
28/04/2025 às 14h07

São Paulo — A Educafro Brasil ajuizou uma ação civil pública contra o Shopping Pátio Higienópolis, buscando uma indenização de R$ 50 milhões por dano moral coletivo e social, decorrentes de episódios de racismo que ocorreram no estabelecimento nos últimos anos.
A organização afirma que, apesar do “extenso histórico de práticas racistas” na sede do shopping, localizada na região central da capital paulista, não foram implementadas medidas eficazes para impedir tais situações.
O incidente mais recente ocorreu em 16/04, quando dois adolescentes negros foram abordados por seguranças do shopping, sob a alegação de estarem importunando uma jovem branca, amiga deles. Familiares registraram um boletim de ocorrência e a Comissão Antirracista de Famílias e Responsáveis do Colégio Equipe, onde os jovens estudam, manifestou repúdio e indignação contra a abordagem.
Na quarta-feira (23/4), diversas pessoas protestaram no local. Na data seguinte, a Defensoria Pública de São Paulo recomendou a suspensão da equipe de segurança do Shopping Pátio Higienópolis.
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O shopping manifestou pesar pelo ocorrido e informou que está em contato com a família. “O comportamento adotado não reflete os valores do shopping e o tema está sendo tratado com máxima seriedade”, diz o comunicado.
A instituição também declarou possuir uma programação regular de treinamentos e conscientização, que será ainda mais intensificada para reforçar nosso compromisso inegociável com a criação de um ambiente verdadeiramente seguro e acolhedor para todos.
Ademais do pagamento da indenização, a ação da Educafro requer uma série de medidas pelo shopping, como a revisão de contratos de terceirização de segurança para exigir treinamento rigoroso aos funcionários, inclusão de cláusulas antirracistas em contratos com fornecedores e prestadores de serviço, exigência de comprovação de medidas internas antirracistas de fornecedores, permissão para filmar abordagens de segurança, entre outras ações.
Casos apresentados pela Educafro
Fonte: Metrópoles