Empresa de inteligência russa recebeu R$ 26.340 em contratos com o governo
A 3D Rio, conectada a um agente de inteligência russa, forneceu serviços ao Exército, à Marinha e ao Ministério da Cultura até 2022.

A 3D Rio, registrada sob o nome do espião russo Artem Shmyrev, firmou cinco contratos com as Forças Armadas e órgãos do governo federal entre 2020 e 2022. Os serviços oferecidos compreendiam modelagem, impressão e acabamento em 3D, com valores que oscilaram de R$ 3.000 a R$ 8.500. O total dos contratos atingiu R$ 26.340,00.
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A empresa realizou atendimentos para o Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha, o Batalhão de Polícia do Exército e o Centro Técnico do Audiovisual, vinculado ao Ministério da Cultura. Os dados estão disponíveis no Portal da Transparência. Consulte a íntegra dos serviços (PDF – 26 kB).
Iniciada em janeiro de 2018, a empresa foi registrada com o nome Gerhard Daniel Campos Wittich, identidade falsa utilizada por Shmyrev. Em seguida, adotou os nomes 3D Especializada LTDA e, posteriormente, 3D Rio Impressão.
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De acordo com o jornal norte-americano The New York Times, Artem Shmyrev era um agente de inteligência russa que residia no Brasil utilizando uma identidade falsa. Ele mantinha um estilo de vida discreto no Rio de Janeiro, onde vivia com sua namorada brasileira.
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Investigação
As informações foram divulgadas após uma investigação da Polícia Federal, que desmantelou uma rede de espionagem da Rússia com atuação no Brasil. Pelo menos 9 agentes russos operavam utilizando documentos brasileiros falsos, obtidos através de brechas no sistema de registro civil, conforme reportado pelo New York Times.
Com documentos de identidade falsos, os espiões conseguiam obter RGs, CPFs e até passaportes válidos. A operação, denominada operação Leste, iniciou-se em abril de 2022, após um alerta da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) sobre Sergey Cherkasov — agente russo que utilizava o nome falso de Victor Muller Ferreira.
Investigações revelaram que a rede de espionagem não focava no Brasil, sendo este utilizado como plataforma para a produção de identidades falsas, que possibilitavam a atuação de agentes em países como Estados Unidos, na União Europeia e nações do Oriente Médio.
Fonte: Poder 360