Empresa do consórcio Rei do Lixo na Bahia pode realizar serviço de limpeza em São Paulo

24/04/2025 às 2h47

Por: José News
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(Imagem da internet).

São Paulo — Uma empresa ligada a um consórcio em Salvador (BA), liderado pelo empresário José Marcos de Moura, conhecido como Rei do Lixo e sob investigação da Polícia Federal (PF), poderá realizar parte do serviço de coleta de lixo da Prefeitura de São Paulo.

A Limp City integra o consórcio Ecosal, atuando no setor de limpeza urbana da capital baiana em parceria com a MM Limpeza Urbana, pertencente a Ângela Moura.

Em São Paulo, a Limp City apresentou a oferta mais barata para um dos 11 lotes da licitação de limpeza urbana nos bairros Ipiranga, Cidade Ademar e Jabaquara, na zona sul.

A empresa apresentou uma proposta de R$ 9 milhões mensais, totalizando R$ 325 milhões em 36 meses de contrato. A licitação permanece em avaliação pela prefeitura.

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A empresa declarou ao Metrópoles que ofereceu o “maior percentual de desconto” (18,82%), gerando economia para a administração pública nos 36 meses previstos em relação às propostas das demais concorrentes no processo licitatório.

A empresa declara que, entre seus contratos, participa unicamente de um consórcio na cidade de Salvador, em parceria com as empresas Jotagê Engenharia (empresa líder) e Torre Engenharia, e ainda com a MM Limpeza Urbana. “Assim, o consórcio em questão não tem relação com a contratação da varrição de São Paulo”, afirma a empresa.

A empresa, com sede na Bahia, possui capital social de R$ 27 milhões e está sob o nome de Marcelo Adorno Farias, conforme dados da Receita Federal. O grupo de Moura também declarou anteriormente à Metrôpoles que ele não exerce gestão sobre a Limp City e que o consórcio é válido apenas em Salvador.

Os contratos na Bahia possuem particularidades regulamentadas pela legislação estadual, que estabelece normas específicas para sua elaboração, validade e execução, considerando as características do mercado local e as relações juríd

José Marcos de Moura, figura central do União Brasil, partido investigado pela Polícia Federal na Operação Overclean sob suspeita de desvio de recursos de emendas parlamentares, teve R$ 80 milhões em transações suspeitas identificadas pela investigação.

A PF recebeu, via Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), informações sobre um repasse de R$ 435 mil para uma pessoa com foro privilegiado, cuja identidade permanece confidencial, em decorrência do sigilo da investigação. A transação foi originada pela MM Limpeza, empresa de Moura.

Recentemente, o Metrópoles noticiou que a Limp City firmou contrato de R$ 50 milhões sem licitação para realizar serviços de limpeza urbana em Eunápólis, cidade de 100 mil habitantes situada ao sul da Bahia, durante o período da gestão do União Brasil.

Ênfase em obras emergenciais

A FFL Sinalização também apresentou proposta de menor preço na licitação para a varrição de São Paulo, que ainda tramita em fase de julgamento. A empresa foi notória durante a campanha eleitoral de 2024 em razão de contratos emergenciais com a Prefeitura de São Paulo, totalizando R$ 624 milhões desde 2021.

Fernando Marsiarelli, proprietário da FFL, também é dono da empresa que possui um apartamento de luxo onde o prefeito Ricardo Nunes residiu por quatro meses em 2022. O site da Receita Federal indica que a principal atividade econômica da empresa é a pintura para sinalização em rodovias e aeroportos, além de serviços de engenharia.

A FFL declarou que está participando da licitação por meio de consórcio em conformidade com a legislação aplicável. A análise da documentação de habilitação, após a fase de disputa, compete exclusivamente à Coordenadoria Geral de Licitações e Contratos – COGEL, afirma a empresa.

A Prefeitura de São Paulo declarou

A administração do prefeito Ricardo Nunes declarou que “não comenta licitações em andamento”. De acordo com o governo, o processo está em “fase de análise da documentação das empresas participantes e seguiu todos os requisitos previstos na legislação vigente”.

Fonte: Metrópoles

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