Empresários do setor produtivo manifestam preocupação com o aumento da taxa Selic
O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual nesta quarta-feira (7).

A elevação da Taxa Selic pela Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) para o maior patamar em 19 anos gerou críticas do setor produtivo.
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Empresários, comerciantes e sindicatos manifestaram sua forte rejeição à decisão, considerando-a excessiva e perigosa para o emprego e a renda.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que o aumento de 0,5 ponto percentual na Selic “incorpora um peso adicional à economia”.
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A instituição aponta que a inflação está desacelerando e que a probabilidade de recessão nos Estados Unidos, devido à política comercial do governo de Donald Trump, pode levar à desvalorização do dólar nos próximos meses.
Apesar do controle da inflação ser o objetivo principal do Banco Central, o aumento da Selic acarreta riscos consideráveis à economia, que se encontra em processo de desaceleração mais intensa do que o previsto para o final de 2024, declarou o presidente da CNI, Ricardo Alban, no comunicado.
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Solicita-se uma atitude mais cautelosa do Copom.
Para a Associação Paulista de Supermercados, a manutenção da taxa Selic elevada é equivocada, sobretudo considerando o cenário internacional, com a recessão técnica nos Estados Unidos, e os desafios econômicos no Brasil.
É importante lembrar que o mundo vive um ciclo protecionista, em que os países buscam fortalecer sua produção e seu mercado interno. Com a taxa Selic nos patamares atuais, o Brasil favorece o rentismo e a especulação, em detrimento da geração de empregos, do investimento produtivo e do crescimento econômico de médio e longo prazo, destacou a associação em nota.
A Associação Comercial de São Paulo avaliou como esperado o aumento de meio ponto percentual na Taxa Selic. A entidade destacou que a inflação permanece elevada e superior ao limite da meta vigente.
Apesar da desaceleração gradual da atividade econômica interna e do aumento das incertezas externas, que tendem a diminuir a pressão sobre os preços, houve aceleração da inflação corrente [em relação a 2024], que se mantêm acima da meta anual, num contexto de expansão fiscal e expectativas inflacionárias ainda desancoradas, justificando uma política monetária contracionista, comentou o economista-chefe da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa.
Centrais sindicais
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirma que o aumento das taxas de juros agrava a situação econômica da população. A entidade destaca que o Banco Central não esclareceu se o ciclo de alta da Taxa Selic chegou ao fim e solicita que a política monetária seja direcionada aos interesses da população.
O brasileiro convive com uma taxa básica de juros proibitiva para o desenvolvimento econômico, que aumenta o custo de vida, o endividamento das famílias, das empresas e os gastos do governo federal. Juvandia Moreira, vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), criticou que Gabriel Galípolo, atual presidente do BC, e os demais membros do Copom não foram indicados para manter os interesses do mercado financeiro, mas sim os interesses da população.
A Força Sindical considerou irresponsável o aumento da Taxa Selic. A entidade afirma que a medida freia a economia e eleva o custo do crédito para famílias e empresas.
A taxa já estava em um valor extorsivo, de 14,25% ao ano. É uma irresponsabilidade social. A decisão quer levar o País para a recessão econômica. Continuar com a taxa de juros impõe um forte obstáculo ao desenvolvimento do país, escreveu o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
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Fonte: CNN Brasil