Empresas Brasileiras Preveem Grande Distribuição de Dividendos em 2026
Uma corrida para distribuir lucros bilionários entre as empresas listadas na bolsa brasileira está se consolidando, com analistas de mercado prevendo um movimento significativo a partir de 2026. Desde o início de novembro, diversas companhias já anunciaram um volume impressionante de dividendos, totalizando R$ 68 bilhões, incluindo pelo menos R$ 35,7 bilhões classificados como extraordinários, conforme relatório do BTG Pactual.
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A nova legislação, que entra em vigor em 2026, representa uma mudança importante, pois elimina a isenção fiscal sobre dividendos que vigorava desde 1996. Atualmente, dividendos declarados em 2025, baseados nos lucros obtidos até 2024 (incluindo reservas e lucros acumulados), ainda permanecem isentos.
Essa situação tem incentivado empresas com boa saúde financeira e baixa endividamento a acelerar a distribuição de seus lucros.
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O BTG Pactual, controlador da revista EXAME, já havia previsto esse cenário em um relatório divulgado em 30 de outubro, antecipando o movimento. O banco destacou setores e empresas com maior potencial para pagamentos extraordinários, e as recentes divulgações confirmaram suas previsões.
Destaques incluem Itaú (R$ 23,4 bilhões), Vale (R$ 15,3 bilhões) e Axia (R$ 4,3 bilhões).
O setor imobiliário tem atraído atenção, com seis empresas anunciando dividendos adicionais, como Even (9,6% de yield), Trisul (6,5%) e Eztec (5,0%). No varejo, a pagou dividendo com yield de 9,5%. A Marcopolo também anunciou R$ 0,69 por ação, o que representa um retorno de 10%.
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Segundo analistas, as empresas brasileiras acumulavam R$ 548 bilhões em lucros e reservas no final do terceiro trimestre, correspondendo a cerca de 20% do valor de mercado. Mesmo que parte desses valores não seja distribuída, espera-se que o movimento continue nas próximas semanas, com potencial para injetar capital no mercado acionário e sustentar a valorização recente.
O volume de negociações no Ibovespa gira em torno de R$ 24 bilhões por dia.
É importante ressaltar que as empresas têm até 2028 para efetivar os pagamentos, o que pode diluir o impacto imediato dessa movimentação no mercado.
