Escravos do vinho encontravam-se em meio a sujeira e alimentos em decomposição

Em 2022, mais de 200 trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão durante a colheita da uva no Rio Grande do Sul.

02/05/2025 9h39

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(Imagem de reprodução da internet).

Há dois anos, mais de 200 trabalhadores foram resgatados de uma situação análoga à escravidão na colheita da uva, no Rio Grande do Sul. A empresa terceirizada Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde, que os mantinha nessas condições, foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 3 milhões por danos morais a eles.

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A indenização também se justifica pelas condições insalubres em que os trabalhadores estavam expostos: viviam em locais sujos, desordenados, com forte odor resultante da falta de conservação e limpeza e da presença de alimentos em decomposição.

Os trabalhadores foram encontrados em 2023 nos municípios de Nova Roma do Sul, Caxias do Sul, Flores da Cunha e Bento Gonçalves, todos no Rio Grande do Sul. Em 22 de fevereiro de 2023, na Quarta-feira de Cinzas, seis indivíduos procuraram auxílio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), informando terem sido vítimas de agressões nos locais onde estavam hospedados.

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A PRF acionou o Serviço de Inspeção do Trabalho (SIT) e a Polícia Federal. Na fiscalização no alojamento, situado na Rua Fortunato João Rizzardo, no bairro Borgo, em Bento Gonçalves, constataram-se trabalhadores vivendo em condições degradantes.

Foram apreendidos, no local, uma arma de choque, spray de pimenta e cassetetes, itens que confirmaram a versão dos trabalhadores sobre as agressões sofridas.

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Em 22 de fevereiro de 2023, a auditoria fiscal do Trabalho, com apoio da Polícia Federal, efetuou inspeção em local que vendia alimentos e produtos de higiene para trabalhadores, com descontos diretos nos salários. O estabelecimento apresentava irregularidades e preços acima do mercado.

O relatório aponta que o alojamento, onde estavam concentrados mais de 100 trabalhadores, não apresentava condições adequadas para habitação.

Sem remuneração e com pendências.

No dia seguinte, a fiscalização do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho no escritório do grupo empresarial réu constatou evidências da realização de ilegal cobrança do transporte e descontos a título de vestimentas e alimentação.

Os trabalhadores não tinham recebido seus salários e ainda contraíam dívidas devido ao pagamento do alojamento e do transporte de suas localidades de origem.

Empresas de grande porte, como Aurora, Salton e a Cooperativa Garibaldi, importantes vinícolas com produtos reconhecidos no mercado interno e externo, utilizaram os serviços terceirizados da Fênix.

Fonte: Metrópoles

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