Especialista brasileiro lidera triunfo da AD em Portugal

A campanha com o lema “deixa o Luís trabalhar” do primeiro-ministro conseguiu superar a crise política que levou à queda do governo.

19/05/2025 7h55

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(Imagem de reprodução da internet).

Apesar de confrontado com uma crise política desde fevereiro, o primeiro-ministro Luíz Montenegro (PSD, centro-direita) observou sua coligação AD (Aliança Democrática, PSD e CDS-PP, centro-direita) obter a vitória nas eleições em Portugal no domingo (18.mai.2025).

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O paradoxo é que o primeiro-ministro enfrentou uma crise de popularidade, mas seu governo mantinha uma alta taxa de aprovação, afirmou o brasileiro Sérgio Guerra, marqueteiro na campanha de Montenegro na 2ª eleição, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Além de Portugal, o publicitário atua no Brasil, em Angola e Cabo Verde.

A crise de popularidade a que Guerra se refere é a razão pela qual o país antecipou as eleições após somente 11 meses de governo.

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O primeiro-ministro viu rejeitada uma moção de confiança na Assembleia da República após a imprensa portuguesa revelar que a empresa fundada por ele em 2021, a Spinumviva, contava com clientes como a Solverde, controladora de cassinos, que dependem de contratos de concessão com o governo.

A oposição investigou anteriormente e durante a campanha o possível conflito de interesses entre a empresa e o cargo do primeiro-ministro, contudo, isso não pareceu influenciar a decisão dos eleitores, confirmando as projeções das pesquisas. Um levantamento da Universidade Católica, divulgado dois dias antes do pleito, indicou que 29% dos entrevistados consideravam o caso Spinumviva “irrelevante”.

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Com uma campanha marcada pelo slogan “deixa o Luís trabalhar”, que ressoava com a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2006, a AD obteve 9 cadeiras a mais em relação ao ano anterior, atingindo, até o momento, 86 assentos.

O jingle apresenta duas características: é popular e personalista. Popular devido à música, que tem um caráter repetitivo. Personalista por usar o nome “Luís”, que aproxima o primeiro-ministro do público, afirmou Guerra ao jornal, acrescentando que o slogan surgiu no início das reuniões com a equipe de comunicação.

Segundo a Folha de S. Paulo, o compositor do hino da campanha também é brasileiro, o baiano Periandro Cordeiro Nogueira, o Péri, que já compôs músicas para a campanha de Lula em 2002.

Esquerda cai, direita avança.

Com os 4 círculos da Europa e Fora da Europa – os votos dos portugueses no exterior – ainda a definir, os resultados das eleições em Portugal apontam para o 3º pior desempenho histórico do PS (Partido Socialista, centro-esquerda), que garantiu a eleição de 58 dos 226 deputados do Parlamento.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, apresentou sua renúncia no discurso de derrota. O deputado eleito declarou que o partido realizaria eleições internas, nas quais não seria candidato. “São tempos difíceis e desafiadores para a esquerda e para o Partido Socialista”, afirmou na noite de domingo (18.mai).

Após declarar que o PS não deve apoiar um governo de Montenegro, Pedro Nuno lamentou o aumento da “extrema-direita, mais violenta e mais mentirosa”.

O Chega, partido de direita radical liderado por André Ventura, alcançou até o momento o mesmo número de 58 deputados que o PS. As projeções indicam que deve se consolidar como a segunda principal força política do país. Houve também um leve crescimento da IL (Iniciativa Liberal), que passou de 8 para 9 deputados.

Outra derrota noturna foi a do Bloco de Esquerda. Com Mariana Mortágua à cabeça, o partido, que contava com cinco deputados na última legislatura, obteve apenas uma cadeira neste ano. O Livre (centro-esquerda), liderado por Rui Tavares, aumentou sua representação, elegeu seis deputados, dois a mais do que na eleição anterior. A CDU, coligação do PCP (Partido Comunista Português) e do PEV (Partido Ecologista “Os Verdes”), perdeu um deputado e assegurou três assentos. Por fim, o PAN (Pessoas-Animais-Natureza, centro-esquerda) manteve sua única deputada.

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Fonte: Poder 360

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