Especialistas da ONU Criticam Ações dos EUA Contra a Venezuela

Na terça-feira (21), especialistas em direitos humanos das Nações Unidas alertaram que as ações encobertas e as ameaças dos Estados Unidos de usar força armada contra Caracas “violam a soberania da Venezuela e a Carta da ONU”. A declaração de três especialistas independentes surge em meio às constantes denúncias da Venezuela sobre uma “escalada de agressões” devido à mobilização militar dos EUA no Caribe.

O presidente americano, Donald Trump, afirmou na semana passada que autorizou operações da CIA contra a Venezuela, sem fornecer detalhes sobre datas. “Essas ações também violam as obrigações internacionais fundamentais de não intervir nos assuntos internos de outro país ou ameaçar usar a força armada contra outro país”, disseram os especialistas, que atuam sob o Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas não representam a organização.

Os especialistas destacaram que essas ações representam uma escalada extremamente perigosa, com sérias implicações para a paz e a segurança na região do Caribe. A Venezuela enfatizou “a relevância” desse comunicado e reiterou seu apelo ao diálogo com os Estados Unidos.

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Reações da Venezuela e Campanha Militar dos EUA

O chanceler venezuelano, Yván Gil, comentou no Telegram que os especialistas corroboram as denúncias do país: “Os Estados Unidos fabricam inimigos para justificar um suposto direito à defesa, resultando em massacres no mar do Caribe”. Trump está conduzindo uma campanha militar sem precedentes, alegando que visa conter o fluxo de drogas da América Latina para os EUA.

Washington relatou sete ataques no Caribe contra embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas, resultando em pelo menos 32 mortes. “Mesmo que tais acusações fossem comprovadas, o uso da força letal em águas internacionais sem base jurídica adequada viola o direito internacional do mar e constitui execuções extrajudiciais”, afirmaram os especialistas da ONU.

Além disso, eles ressaltaram que grupos como o Tren de Aragua, que Trump classifica como organização “terrorista”, não estão atacando os Estados Unidos. Portanto, segundo o direito internacional, Washington não pode invocar o direito à legítima defesa. Os especialistas também alertaram que “a longa história de intervenções externas na América Latina não deve se repetir”.