Está tudo bem, mesmo quando a mente pensa o que quer

Os pensamentos não constituem fatos.

14/08/2025 14h49

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(Imagem de reprodução da internet).

Ao revisitar minhas fotos, deparei-me com o registro de uma folha sulfite colada na parede do meu quarto, contendo a seguinte frase: “Tudo bem”. Como podem imaginar, não estava tudo bem. Escrevi essas três palavras em um papel e fixe com durex ao lado da minha cama, no dia 24 de dezembro de 2025. Que dia.

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Eu poderia estar na piscina, já que fazia calor. Ou caminhando no parque com uma amiga. Quem sabe embalando um presente ou até comprando, impulsivamente, uma vela perfumada para minha tia, em um shopping movimentado. Mas não. Eu estava sozinha em casa, com o sol escaldante do lado de fora, o que intensificou bastante a percepção de que, enquanto eu me sentia infeliz no quarto, as pessoas estavam celebrando com cervejas geladas em um quarteirão de bares. Pelo menos, eu estava sob o ar-condicionado.

Mas o que aconteceu, Beatriz, para que você estivesse nessa situação lamentável na véspera de Natal? A situação é: nada. Não havia acontecido nada. Em relação a mim, é bom esclarecer: eu não estava em depressão. Na verdade, estava sobrecarregado por pensamentos do tipo:

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Arrependimentos de ações passadas; coisas que posso realizar no futuro e me arrepender (vidente); eventos terríveis que podem ocorrer no futuro (profeta); ideias que eu tinha sobre mim (burra, feia e chata); percepções que eu acreditava que os outros tinham de mim (burra, feia, chata e bobo).

Mas, para iniciar a conversa, de onde vêm esses pensamentos, Beatriz? Mais uma boa auto-pergunta. Para mim, geralmente, existe um gatilho. Pode ser uma notícia – às vezes bizarra – que, por algum motivo, me incomodou; a expectativa (e o receio) dos encontros na ceia de Natal; ou apenas uma lembrança. Vamos combinar que as horas antes da “noite de Natal” são um prato cheio para lembranças (boas e ruins). Aí a caixa de Pandora abre e os pensamentos (nossos) correm soltos.

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A questão é que nossa mente não diferencia pensamentos de fatos. Ou seja, quando eu penso que meu laptop pode cair no chão e me fazer perder meu segundo livro inteiro (o backup daria pau, óbvio), meu corpo sente como se essa merda monumental tivesse acontecido. Em seguida, vem uma explosão de emoções que, misturadas, viram uma só: desespero.

Enquanto estou sentada à frente do meu computador, com o arquivo do segundo livro aberto, o backup foi realizado na nuvem e no HD externo, experimento uma crise de ansiedade. Não compreendo a razão, considerando que, à primeira vista, tudo parece estar em ordem. Pelo menos externamente.

Um ponto crucial em relação ao passado e ao futuro reside no fato de que ambos não existem. Não importa se ainda não existem ou já não existem, o essencial é que possuímos apenas o presente. Declarar “Boa noite, até amanhã” é uma aposta no desconhecido.

A realidade é que ideias não são coisas concretas. O Natal ocorre apenas em uma data específica. Quando observamos, estamos nós celebrando com bebidas frias no período de mudança do ano. Contudo, o essencial é compreender que, quando as situações não são favoráveis, também há momentos de tranquilidade.

Fonte por: Jovem Pan

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