Cerca de 50 sul-africanos brancos chegaram ao Aeroporto de Dulles, nos Estados Unidos, após o presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), determinar a aceleração do processo de concessão de status de refugiado para este grupo.
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O governo da África do Sul classificou a medida como puramente política e argumenta que os africâneres não se enquadram como refugiados.
As famílias foram recebidas pelo secretário-adjunto de Estado dos EUA, Christopher Landau, em cerimônia organizada pelo governo norte-americano no aeroporto próximo a Washington D.C. De acordo com reportagem da NBC, os sul-africanos transportavam bandeiras dos Estados Unidos.
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“Desejo que todos saibam que são realmente bem-vindos aqui”, declarou Landau durante a recepção.
A decisão de Trump ocorre após a implementação de uma nova lei sul-africana que possibilita ao governo tomar terras privadas sem compensação. A ação faz parte dos esforços do país para enfrentar o legado do apartheid, regime de segregação racial que permaneceu em vigor por décadas.
A concessão de status de refugiado a sul-africanos brancos foi anunciada após uma disputa pública entre Trump e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa (ANC).
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O presidente afirmou que os africâneres na África do Sul que sofrem discriminação racial seriam bem-vindos nos Estados Unidos, e ele está cumprindo essa promessa, declarou Landau, conforme noticiado pela NBC.
da recepção dos africanos nos EUA (3min37s):
O Secretário Assistente de Estado Christopher Landau e o Secretário Assistente do Departamento de Homeland Security Troy Edgar recebem o primeiro grupo de refugiados da etnia africana nos EUA.
Donald Davhie (@DonaldDavhie) 12 de maio de 2025
Os beneficiários desta medida são, primordialmente, os africâneres, grupo étnico sul-africano descendente majoritariamente de colonizadores holandeses, que exerceram domínio político e agrícola na África do Sul por diversas gerações.
Os sul-africanos serão realocados em diversos estados dos Estados Unidos, com exceção de Washington D.C., Maryland ou Virgínia.
O governo Trump declarou na segunda-feira (12.mai) que a exceção não está ligada à questão racial, embora grupos de apoio a refugiados nos EUA tenham sugerido que a administração está auxiliando os africanos apenas por serem brancos.
Não se estabeleceu relação entre a decisão de Trump e sua ligação com Elon Musk, nascido na África do Sul e um dos principais doadores da campanha de Trump. Musk compartilhou uma publicação no X (ex-Twitter) no início deste ano afirmando que sul-africanos brancos são perseguidos por causa de sua raça.
Laura Thompson Osuri, diretora executiva da organização Homes Not Borders (Lares, Não Fronteiras, tradução livre), discordou da classificação desse grupo como refugiados. “Eles não são refugiados de verdade”, declarou.
Osuri também levantou questionamentos sobre o processo. “A maioria dos refugiados viaja em companhias aéreas comerciais”, afirmou. “A OIM [Organização Internacional para as Migrações] patrocina o voo, eles passam pelo Acnur [Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados]. Eles [os sul-africanos recebidos pelos EUA] não passaram por nenhum desses meios, então isso claramente não está seguindo o protocolo”, disse.
A Igreja Episcopal, designada pelo presidente para auxiliar no reassentamento dos africâneres, anunciou na segunda-feira (12 de maio) que está encerrando seu programa de imigração.
A instituição declarou: “Como cristãos, devemos ser guiados não por caprichos políticos. Jesus nos diz para cuidar dos pobres e vulneráveis como cuidaríamos Dele, e devemos seguir esse comando. Neste momento, isso significa encerrar nossa participação no programa de reassentamento de refugiados do governo federal.”
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Fonte: Poder 360