Estados Unidos apresentam estratégia para desarmar Hamas e reconstruir Gaza com visitas diplomáticas

Vice-presidente dos EUA aborda desafios em Gaza

O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, alertou nesta quarta-feira (22) sobre a complexidade de desarmar o Hamas e reconstruir Gaza. Ele está em Israel para reforçar o apoio ao delicado cessar-fogo no território palestino, que foi devastado por conflitos recentes.

No domingo (19), Israel e o Hamas trocaram acusações de violação do cessar-fogo, após um aumento da violência no sul da Faixa de Gaza. A trégua, mediada pelo presidente americano Donald Trump, começou em 10 de outubro, encerrando mais de dois anos de guerra, que teve início com o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Para garantir a continuidade do cessar-fogo, os Estados Unidos iniciaram uma série de visitas diplomáticas. A primeira ocorreu na segunda-feira (20), com os emissários Steve Witkoff e Jared Kushner, que se reuniram com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Vance também se encontrou com Netanyahu nesta quarta-feira.

Leia também:

EUA confirmam morte de dois narcotraficantes em ataque a lancha no Pacífico

Chanceler da Argentina renuncia quatro dias antes das eleições em meio à crise financeira

Presidente do Louvre admite falhas na segurança após roubo: ‘Muito insuficiente’

Opinião da Corte Internacional de Justiça

A visita do vice-presidente coincide com uma declaração não vinculativa da Corte Internacional de Justiça (CIJ). O presidente da Corte, Yuji Iwasawa, afirmou que Israel, como potência ocupante, deve garantir as necessidades básicas da população local, incluindo suprimentos essenciais.

Iwasawa também destacou que Israel não comprovou suas alegações de que muitos funcionários da UNRWA são membros do Hamas ou de outras facções terroristas. Após essas acusações, Israel proibiu a agência da ONU de operar em seu território.

Embora a opinião da CIJ não tenha caráter vinculativo, ela é considerada de grande peso jurídico e moral. Vance expressou otimismo em relação à manutenção da trégua em Gaza, apesar da violência recente. O Exército israelense lançou bombardeios em resposta à morte de dois soldados em confrontos em Rafah.

Expectativas e planos para Gaza

Imran Skeik, um deslocado de 34 anos da Cidade de Gaza, comentou sobre a melhora na situação, afirmando que a guerra havia terminado e que esperava que o cessar-fogo fosse respeitado por ambos os lados. Ele ressaltou que ainda há muitas questões a serem resolvidas.

O plano de Trump para Gaza inclui a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos e o desarmamento do Hamas, que até agora se recusou a aceitar essa condição. Vance não estabeleceu um prazo para o desarmamento do grupo.

Durante sua visita, Vance mencionou a criação de uma “força de segurança internacional” para o futuro de Gaza, que, segundo o plano de Trump, ajudaria a manter a paz enquanto Israel se retira da região.

Discussões sobre o futuro de Gaza

Netanyahu afirmou que ideias para o futuro do território palestino estão sendo discutidas, com foco em estabelecer um governo civil e garantir segurança. Ele reconheceu que o processo será desafiador, mas viável.

Vance acredita que um acordo sobre Gaza pode facilitar alianças de Israel no Oriente Médio, afirmando que esse acordo é fundamental para desbloquear os Acordos de Abraão, que normalizaram relações entre Israel e vários países árabes em 2020.