Estados Unidos e Irã concluíram a quarta rodada de negociações sobre o programa nuclear

Iranians consideram as discussões como “difíceis”, americanos expressaram expectativa por novos encontros.

11/05/2025 13h51

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(Imagem de reprodução da internet).

Estados Unidos e Irã realizaram nesta segunda-feira, 11, a quarta rodada de negociações sobre o programa nuclear de Teerã em Oman, sem progresso significativo, porém com concordância para prosseguir com diás informais.

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O chanceler Abbas Araqchi, líder da delegação iraniana, negociou em Mascate com o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, em um cenário caracterizado pela demanda de Washington pelo fim de todo o enriquecimento de urânio no país.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr Albusaidi, declarou na rede X que as negociações envolveram “ideias úteis e originais” que demonstraram um desejo mútuo entre os dois adversários de se chegarem a um acordo.

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Irã e Estados Unidos não possuem relações diplomáticas desde 1980, porém, com a mediação de Omã, realizaram três sessões de negociações desde 12 de abril sobre a complexa questão do programa nuclear iraniano.

O propósito das reuniões é alcançar um novo acordo para evitar que o Irã obtenha armas nucleares em contrapartida ao fim das múltiplas sanções que afetam sua economia.

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A quarta rodada de negociações indiretas Irã-EUA foi concluída; conversas difíceis, mas úteis, que visam compreender melhor as posições de cada um e encontrar formas razoáveis e realistas de lidar com as divergências, informou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baqai.

Uma autoridade de alto escalão dos EUA elogiou os resultados desta última rodada de negociações. “Estamos encorajados pelo resultado de hoje e ansiosos pela nossa próxima reunião”, declarou, sob condição de anonimato.

As negociações em Omã foram diretas e indiretas e duraram mais de três horas, explicou.

Antes do início das negociações, Araqchi reiterou que o direito de seu país de enriquecer urânio era “inegociável”.

Outra via

Ele reiterou que o enriquecimento deve prosseguir e não há espaço para concessões nesse sentido, após as negociações na televisão estatal iraniana em Mascate, capital de Omã.

O Irã, contudo, pode estar disposto a restringir o grau de enriquecimento “para fomentar a confiança”.

Teerã declara que seu programa nuclear tem fins exclusivamente civis, contudo, os Estados Unidos e outras potências ocidentais temem que o país esteja buscando desenvolver uma arma atômica, alertando que se aproxima do nível de enriquecimento de urânio necessário para tal.

Em 2015, o Irã e seis grandes potências (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) firmaram um acordo para limitar o programa nuclear iraniano, porém o pacto foi desfeito em 2018, após a retirada do governo de Donald Trump.

Desde então, Irã abandonou seu compromisso de restringir o enriquecimento de urânio a 3,67%. Atualmente, essa prática ocorre em 60%, próximo dos 90% exigidos para uso militar. Suas reservas de material físsil representam uma preocupação para as potências ocidentais.

As negociações deste domingo foram “muito mais sérias e explícitas do que nas três rodadas anteriores”, declarou Araqhchi à televisão estatal iraniana.

As questões foram discutidas em detalhe, e as negociações estão avançando.

Witkoff avisou, em entrevista transmitida na sexta-feira, que as negociações não seriam prosseguidas caso não fossem produtivas até o domingo, sendo necessário buscar outra alternativa.

O embaixador dos EUA declarou, na mesma entrevista, que o governo Trump se opõe a qualquer concentração de urânio no Irã.

Ele afirmou que isso implica no desmantelamento, na proibição da militarização e que Natanz, Fordo e Isfahan (as três instalações de enriquecimento) devem ser desativadas.

Israel, crítico das negociações.

Desde que retornou à Casa Branca, Trump intensificou a pressão sobre Teerã com sanções e ameaças de intervenção militar caso as negociações falhem.

Israel, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, também observa atentamente as manobras diplomáticas. O político se opõe às negociações entre Irã e Estados Unidos, além de solicitar o fim do programa de mísseis balísticos de Teerã.

Nenhuma circunstância permite que o regime mais perigoso obtenha a arma mais perigosa do mundo. Suas instalações de enriquecimento de urânio devem ser desmanteladas, declarou o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar.

O Irã, contudo, afirma que essas negociações se restringem exclusivamente ao tema nuclear e ao fim das sanções, sem envolver discussões sobre seu poderio militar.

As negociações precedem uma viagem por diversas regiões de Trump a Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos.

Fonte: Carta Capital

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