“Estamos presentes até que a negociação seja concluída”, declarou líder do MST em ocupação do Incra em SP

Organização declara que a reforma avança e questiona a falta de titularidade em encontro com o presidente.

23/07/2025 21h42

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(Imagem de reprodução da internet).

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupa, desde a manhã desta quarta-feira (23), a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em São Paulo. A ação faz parte da Jornada Camponesa, mobilização nacional que ocorre em mais de 20 estados, e visa pressionar o governo federal a avançar na pauta da reforma agrária.

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“Estamos na Semana Camponesa, que é uma semana de luta do MST, inclusive porque no mês de julho tem o Dia dos Trabalhadores Rurais. Estamos em vários estados mobilizados, desde ontem, a equipe Nacional. Nós, em São Paulo, chegamos hoje de manhã e devemos permanecer até que o processo de negociação se desenrole em relação à pauta da reforma agrária”, afirma Delwek Matheus, da direção estadual do MST, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.

Um grupo do movimento se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em Brasília (DF), nesta quarta-feira. A falta do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, no encontro, foi criticada pelo MST.

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Propomos que, a partir de amanhã [quinta-feira, 24], iniciemos um processo de negociação. Temos uma pauta específica de São Paulo e, registre-se que o ministro é de São Paulo. Assim, encaminhamos isso a Brasília, com o objetivo de nos sentarmos com o ministro em São Paulo para debater a pauta estadual e estabelecer metas concretas, reais, e para que o ministro possa assumir esse compromisso.

Matheus afirma que o movimento pretende progredir na questão da reforma agrária, sobretudo promovendo o assentamento das famílias acampadas em São Paulo, além de “ilustrar a unidade nacional, a responsabilidade que possuímos pelas causas do povo brasileiro”.

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Discutir reforma agrária significa falar de alimento para a população.

As principais demandas do movimento incluem a aquisição de terras, o reassentamento de famílias acampadas e políticas públicas para o desenvolvimento dos assentamentos, como educação, agroindústria e comercialização da produção. Para o líder, a pauta da reforma agrária está diretamente relacionada à segurança alimentar da população.

Debater a reforma agrária atualmente é mais do que abordar um conflito rural, trata-se de questões relevantes, como a produção de alimentos nutritivos para atender à demanda da população. Com o assentamento de novas famílias e a implementação da reforma agrária, é possível obter uma maior oferta de produção de alimentos, o que, consequentemente, pode criar condições para melhorar o preço dos alimentos para o consumo próprio.

MST lança manifesto em apoio à soberania.

Na sexta-feira (25), o movimento lançará uma carta em defesa da soberania nacional e de um projeto popular para o Brasil, em um ato que também será realizado em São Paulo. Para Matheus, o texto representa a atuação do MST para além da questão da reforma agrária. “A soberania do povo brasileiro é algo fundamental. Portanto, a carta simboliza esse posicionamento em face do povo brasileiro, da defesa da autonomia do povo brasileiro.”

A mobilização ocorre em resposta à ameaça dos Estados Unidos de taxar os produtos brasileiros em 50% a partir de 1º de agosto. Segundo ele, a conjuntura exige unidade das forças populares. “O MST entende que, para além da pauta específica da reforma agrária, nós temos responsabilidade também em construir uma unidade nacional em defesa da soberania do nosso povo”, reforça.

Para audir e visualizar.

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

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