Estilistas que transformam a indústria têxtil brasileira

Ao longo dos anos, o produto se consolidou como um item universal, apto a transcender gerações, estilos e limites.

20/05/2025 7h10

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(Imagem de reprodução da internet).

O dia dedicado à calça jeans, símbolo de atitude, versatilidade e renovação, é comemorado nesta terça-feira (20), em referência à patente registrada por Levi Strauss e Jacob Davis em 1873. Desde então, tornou-se um item global, apto a transpor gerações, estilos e fronteiras.

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O jeans, além de um item clássico, ganhou novos significados com o tempo, sendo reinterpretado por profissionais criativos que utilizam designs conscientes, sustentáveis, processos inovadores e tecnológicos, e o emprego de algodão brasileiro responsável, desde a qualidade até o rastreamento.

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O movimento brasileiro Sou de Algodão, fundado em 2016 pela Associação Brasileira dos Produtos de Algodão, visa promover uma consciência coletiva sobre a moda e o consumo responsável. A organização compartilha com a CNN quatro estilistas que estão revolucionando o uso do denim no país.

Estúdio Traça

Fundado em 2016 pelo estilista Gui Amorim, o Estúdio Traça é, atualmente, uma das marcas mais relevantes do cenário da moda autoral brasileira. Com sede em São Paulo, a marca participou das últimas edições da Casa de Criadores, e seu trabalho criativo se baseia no upcycling, empregando resíduos têxteis – principalmente o denim – como matéria-prima para criar peças exclusivas e inovadoras. “O jeans não é uma tendência, é um clássico que precisa ser constantemente atualizado”, declara o estilista, que identifica no jeans brasileiro um potencial de renovação e força.

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Com uma trajetória marcada por parcerias relevantes com marcas como Serg Denim, Levi’s Brasil e Kit Kat, o Estúdio Traça também já vestiu artistas renomados da música e do entretenimento, incluindo Anitta, Pabllo Vittar, Gloria Groove, Ludmilla, Pedro Sampaio, Luísa Sonza e Marina Sena. A marca se tem destacado por sua visão atualizada sobre o jeans, e por uma produção original que combina moda, arte e reflexões sociais.

Répteis

Nascida da visão da estilista e arquiteta Heloisa Strobel, a marca Reptilia busca criar peças que conciliam forma, função e propósito. A empresa, com seu próprio atelier, adota o modelo slow fashion, integrando técnicas manuais e tecnologia, além de uma estética original e duradoura. Suas produções inspiram-se na arquitetura modernista, nas artes visuais e no minimalismo, em coleções que apresentam designs atuais e neutros em termos de gênero, com um forte compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social.

Para Heloisa, o denim representa uma importante força na moda brasileira, tanto no âmbito criativo quanto econômico. “O jeans é um motor propulsor da moda nacional. O Brasil possui algo raro, pois domina toda a cadeia do denim, desde o plantio do algodão até o produto final. Isso nos coloca em posição de destaque no mundo. O jeans e o biquíni são parte da nossa identidade cultural”, afirma.

O lançamento da peça Vestido Kefren, uma produção em jeans, se destaca entre os marcos da marca, que desafia as aplicações convencionais do material. “Esta peça reflete nosso anseio por reinventar o jeans. Foi utilizada pela top Vivi Orth em nossa campanha de verão no Edifício Louvre, no centro de São Paulo, e é um de nossos orgulhos”, relata Heloisa.

Jeans Amapô

Desde os anos 2000, a Amapô Jeans é reconhecida como tendência nacional, destacando-se por suas produções cheias de personalidade, irreverência e originalidade. Estabelecida pelas designers Carola Gold e Pitty Taliani, a marca é uma das principais responsáveis por impulsionar o jeans brasileiro no cenário da moda autoral. Com cortes arrojados, acabamentos inovadores e uma perspectiva que combina elementos da cultura urbana, pop art e tropicalismo, a Amapô transformou o denim em suporte para suas narrativas visuais e sociais.

A marca conquistou destaque na São Paulo Fashion Week, onde apresentou suas coleções por mais de uma década, e atualmente explora caminhos inovadores com linhas cápsula, parcerias e forte atuação em plataformas digitais. Ademais, a Amapô se estabeleceu como referência por sua abordagem lúdica e inclusiva na moda, oferecendo coleções sem gênero, peças em ampla variedade de tamanhos e campanhas que valorizam a diversidade corporal.

Para Carol e Pitty, o jeans é mais do que uma peça básica, é um símbolo de liberdade. “Acreditamos que o jeans brasileiro tem identidade própria. Ele traduz nossa criatividade, ousadia e mistura cultural. Nosso trabalho sempre foi sobre dar voz a essa potência com humor, cor e uma boa dose de ironia”, reiteram as criadoras da marca.

Korshi 01

Lançada em 2018 pelo designer PK Korshi, a Korshi 01 surgiu em São Paulo com o objetivo de expressar a intensidade poética da cidade através de peças que se conectam ao movimento, à diversidade e à capacidade de adaptação. A marca, jovem, arrojada e com foco em design funcional, se distingue pela exploração da multifuncionalidade e da versatilidade, produzindo roupas que acompanham os distintos momentos do dia, mantendo estilo e autenticidade.

A relação com o denim esteve sempre presente no universo da Korshi 01, sobretudo como símbolo de resistência e experimentação. Um dos momentos mais relevantes da trajetória da marca foi a colaboração com a Vicunha para a revista VTrends. Desta parceria surgiram peças que rapidamente se tornaram ícones da marca, incluindo a jaqueta notável, a calça transformável e o sobretudo de denim, todos concebidos com foco em adaptação e praticidade.

Para PK Korshi, o jeans é uma matéria-prima essencial para manifestar o estilo urbano com sofisticação. “O denim é um dos tecidos mais impactantes da moda brasileira. Ele se move com facilidade entre o informal e o requintado, e ainda permite a incorporação de soluções sustentáveis. Na Korshi 01, o jeans é mais do que material, é uma ferramenta criativa e expressiva”, declara o estilista.

Entenda o que é moda sustentável.

Fonte: CNN Brasil

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