Um homem foi detido na sexta-feira (16), no Rio de Janeiro, sob suspeita de ter torturado a enteada, uma menina de quatro anos. O caso está sendo investigado por policiais da 37ª DP (Ilha do Governador).
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A criança foi admitida em estado grave no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), da UFRJ. Os exames revelaram perfuração intestinal, fratura no braço e sepse abdominal.
A paciente foi encontrada no hospital à beira da morte, após registrar quatro paradas cardíacas e apresentar vômitos e múltiplos hematomas pelo corpo. Ela continua hospitalizada, sob sedação e com risco de óbito.
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Com a repercussão do caso, as autoridades policiais civis da 37ª DP iniciaram as investigações e obtiveram acesso a trocas de mensagens entre o padrasto e a mãe da criança. Em uma delas, o homem escreveu:
Ela se fortalece por causa da dor que estou moldando. Fica vulnerável quando se trata de amor.
A declaração provocou forte indignação entre os investigadores, que consideraram o conteúdo como “evidente prática de tortura”.
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As investigações também mostraram que a criança era obrigada a consumir fezes e passava frequentemente trancada sozinha em banheiros escuros. Os abusos eram frequentes e, segundo a polícia, disfarçados sob justificativas como “quedas” ou “acidentes”.
O caso, para os investigadores, não se limita à violência doméstica, representando um processo de tortura sistemática, com sinais de perversidade incomuns, mesmo em comparação com crimes semelhantes.
O delegado Felipe Santoro, titular da 37ª DP, declarou que se trata de um verdadeiro agressor. A frieza das mensagens, o padrão de agressões e a omissão deliberada de socorro evidenciam um cenário de terror que se prolongava há meses.
Em outra ocasião, a mãe confronta o companheiro:
Eu observei você empurrando-a com o joelho apenas porque ela não queria comer.
O homem reagiu com insultos e negou veementemente as agressões. A menina já havia sofrido uma fratura no braço, que o casal tentou explicar como uma “queda da cama”.
Israel Lima Gomes, apelidado de “Rael”, foi detido no bairro de Paciência, na zona oeste do Rio. Ele possuía duas condenações criminais: uma relacionada à violência doméstica e outra por importunação sexual. A polícia informou que o indivíduo não resistiu à prisão e classificou a vítima como “amorzinho”.
A mãe da criança também negou ter agredido a filha em depoimento, alegando tratar-se de um “acidente doméstico”. A CNN apurou que ela poderá ser responsabilizada por omissão e, posteriormente, por participação na tortura.
O delegado enfatizou a relevância de relatar ocorrências suspeitas de violência e maus-tratos.
Ainda que pareça tarde, é fundamental. conseguimos agir a tempo e evitar que entidades como essa continuem destruindo vidas, afirmou Santoro.
Fonte: CNN Brasil