Pelo menos 110 pessoas que possuem passaporte estrangeiro saíram de Gaza hoje, de acordo com as autoridades palestinas responsáveis pela passagem de fronteira de Rafah.
Segundo informações compartilhadas com a CNN, estima-se que cerca de 500 estrangeiros possam atravessar a fronteira de Gaza em Rafah. Ainda não se sabe ao certo se todos aqueles que possuem passaportes estrangeiros conseguiram entrar no Egito.
Dezessete ambulâncias saíram de Gaza para o outro lado da fronteira hoje, de acordo com o Rafah Crossing Media, órgão oficial de comunicação da fronteira. Não temos informação sobre quantos pacientes foram transportados pelas ambulâncias.
20 caminhões chegaram a Gaza transportando ajuda, sem mencionar o tipo de ajuda transportada na decisão.
Segundo a televisão egípcia Al-Qahera, o Hospital Al-Arish está tratando pessoas feridas da Faixa de Gaza.
Por mais de três semanas, a passagem de Rafah ficou quase completamente fechada, com alguns suprimentos de ajuda chegando, mas nenhuma autorização para saída de civis.
Dois reféns israelenses foram autorizados na semana passada a sair para o Egito, mas mais de 2 milhões de palestinos permaneceram presos dentro do enclave em meio a uma crise humanitária crescente.
Saída de estrangeiros de Gaza não envolve libertação de reféns, dizem fontes à CNN
Diversas fontes confirmaram à CNN que o acordo de liberar estrangeiros de Gaza para o Egito não está relacionado a nenhum acordo para a libertação de reféns detidos pelo Hamas.
Essas conversas continuam em curso e um responsável dos EUA disse que iria alertar contra quaisquer comparações entre as duas missões paralelas.
Porém, na verdade, os mesmos atores estão envolvidos em ambas as negociações: Israel, Egito, Catar, Hamas e EUA.
No entanto, como destacou o representante dos Estados Unidos, o acordo anunciado hoje não inclui medidas para libertar reféns futuramente.
Brasil fará novo apelo para Israel, Egito e Catar autorizarem saída de brasileiros
A ausência de brasileiros na primeira lista de pessoas autorizadas a usar a passagem de Rafah para deixar a Faixa de Gaza mobilizou o governo no Brasil a refazer o caminho de articulação para que os brasileiros não fiquem no fim da fila e consigam, ao menos, terem os nomes incluídos nos primeiros grupos.
O Brasil informa que vai intensificar a comunicação através do Ministério das Relações Exteriores e da Presidência da República para que os brasileiros sejam incluídos nas listas. Depois de participar de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, o ministro Mauro Vieira regressa ao país nesta quarta-feira.
O Ministério de Relações Exteriores vai conversar novamente com Israel, Egito e Catar sobre os pedidos de ajuda. O Catar ajudou a organizar a saída de feridos e estrangeiros de Gaza. Eles também consideram entrar em contato com o Hamas, que controla Gaza.
A organização das listas provocou mais um choque entre declarações de autoridades palestinas e israelenses.
Em uma entrevista à CNN, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, afirmou que Israel é o responsável pela falta de brasileiros e pessoas de outras nacionalidades no país. Ele explicou que essa situação não se deve a problemas logísticos, mas sim à falta de autorização por parte de Israel.
Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas em 7 de outubro, autoridades brasileiras e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm se comunicado com líderes de Israel, Egito e Palestina para ajudar na retirada dos brasileiros de Gaza.
Com muita expectativa pela abertura de Rafah, os primeiros estrangeiros que irão percorrer a rota de fuga são da Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão e República Tcheca.