A produção de carne bovina é um dos pilares fundamentais para a economia brasileira, sendo também base da alimentação populacional. No entanto, como atualmente se pratica, essa atividade tem emitido mais do que o duplo limite estabelecido das emissões de gases estufeiros necessários para cumprir metas ambientais internacionais. O trabalho foi realizado por pesquisadoras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e publicou-se no mês fevereiro na revista científica Environmental Science and Pollution Research.
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A equipe de pesquisa avaliou os cenários futuros das emissions e seu impacto econômico. As cientistas calcularam que as emitidas por setores podem variar entre 0,42 e 0,63 gigatoneladas (Gt) equivalente ao dióxido de carbono (CO_{2}) até o ano de 2030; a meta da Contribuição Nacionalmente Determinada seria atingida com um limite máximo de emissões igual às 0,26 gigatoneladas equivalente ao dióxido de carbono (GtCO_{2}e).
O quadro não é incurável: se forem implementadas estratégias para redução das emissões ao longo da cadeia produtiva, o país poderaria evitar perdas financeiras até US$ 42.6 bilhões e ainda aumentar sua competitividade no setor.
As pesquisadoras utilizaram como base as Contribuições Nacionais Determinadas em vigor até o ano de 2024, que estimam um objetivo reduzir 43% das emissions até o ano de 2030 comparado ao nível do ano de 2005. Em novembro passado, o Brasil apresentou uma nova meta à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), com redução entre 59% e 67% até ao ano de 2035.
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“Conhecemos o papel crucial setor carne bovina não apenas na economia mas também no cardápio dos brasileiros. Nossa intenção não é dizer produza ou consume menos carne, simulando uma discussão sobre a forma atual de sua produção que está associada ao desmatamento e altas emissões sem adoçar técnicas sustentáveis. Assim não conseguiremos alcançar as metas climáticas estabelecidas. Nossos estudos mostram a necessidade de implementação praticamente na cadeia produtiva medidas que mitigem essa emissão, contribuindo também com redução dos custos associados às mudanças climátricas”, explica Mariana Vieira da Costa, bióloga e autora do artigo, ao ser entrevistada pela Agência Fapesp.
Na pesquisa, as autores também utilizaram um indicador que mostra o impacto financeiro das emissões de dióxido de carbono na sociedade chamado custo social do carboneto (CSC). Ele serve como referência para a criação de políticas climáticas.
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O CSC está relacionado aos custos econômicos causados pela emissão de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2), incluindo os impactos não comerciais sobre o meio ambiente e saúde humana, como perdas na agricultura e consequências climáticas, tais quais enchentes e secas. Essessse custos podem ser diminuídos ou reencaminhados para investimentos em praticas de produção pecuária mais sustentáveis através da política pública por exemplo.
De acordo com pesquisas realizadas, se forem tomados passos para reduzir as emissões na pecuária brasileira, o país poderá evitar custos que variam de US$18.8 a US$42.6 bilhões até 2030.
Por fim, as cientistas consideram que se medidas não forem tomadas para redução expressiva dos gases, haverá uma diminuição da produção agrícola média global, um aumento nos incêndios florestais e a intensificação do aparecimento de problemas relacionados à saúde pública pública. Além disso, poderemos observar o elevamento na mortalidade devido ao mesmo fator.
Acordo da París
A NDC é a compromissão assumida pelos países no Acordo de Paris assinado em 2015, objetivando limitar o aquecimento global para um máximo de 1,5°C comparativamente à era pré-industrial (entre os anos de 1850 e 1900). No entanto, a Terra ultrapassa esse limite: segundo as informações da Organização Meteorológica Mundial (OMM), o ano de 2024 foi o mais quente na história registrada com uma elevação média em cerca de 1,55°C no aquecimento global.
O acordo irá passar por revisão até a Conferência das Nações Unidos sobre Alteração Climática (COP 25) ,que ocorrerá na cidade de Manaus, estado do Amazonas.
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Fonte: Metrópoles