Estudo aponta que um quarto dos adolescentes enfrentará obesidade ou sobrepeso até 2030

A análise da Comissão Lancet também indica que a saúde mental dos jovens apresentou declínio nos últimos 30 anos.

21/05/2025 17h57

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(Imagem de reprodução da internet).

Até 2030, cerca de 464 milhões de adolescentes em todo o mundo apresentarão sobrepeso ou obesidade, conforme projeção da Comissão Lancet sobre saúde e bem-estar dos adolescentes. As estimativas foram divulgadas nesta terça-feira (20).

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Adicionalmente, a investigação revelou que, em cinco anos, ainda existirão mais de um bilhão de adolescentes em todo o mundo, entre 10 e 24 anos, com risco elevado de desenvolver HIV/AIDS, gravidez precoce, depressão, má nutrição e lesões.

Esta é a segunda análise da Comissão Lancet sobre saúde e bem-estar dos adolescentes no mundo. A primeira foi conduzida em 2016.

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Na última década, o avanço na saúde e no bem-estar dos adolescentes tem sido heterogêneo e desigual. Apesar da redução nas taxas globais de tabagismo e consumo de álcool e do aumento da participação educacional – especialmente entre jovens mulheres –, as doenças relacionadas à obesidade e os transtornos mentais têm aumentado em todas as regiões. Os pesquisadores apontam que essa piora pode estar relacionada à pandemia da Covid-19 e à falta crônica de financiamento em saúde em alguns países.

Análise aponta avanço insuficiente e desigual entre países.

A segunda análise da Comissão Lancet sobre saúde e bem-estar de adolescentes utilizou dados do estudo Global Burden of Disease de 2021. De acordo com o estudo, quase 1,1 bilhão de adolescentes viviam em países onde problemas de saúde preveníveis e tratáveis, como HIV/Aids, gravidez precoce, sexo inseguro, depressão, má nutrição e lesões, ainda representam uma ameaça diária à saúde e ao bem-estar.

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Em 2016, a quantidade era consideravelmente inferior: perto de um bilhão de adolescentes. Isso, em conjunto com o aumento da população, demonstra uma carência no desenvolvimento do atendimento à saúde nessa faixa etária. Previsões recentes apontam que, sem ações políticas e investimentos financeiros, ainda haverá mais de um bilhão de adolescentes residindo em países com múltiplas cargas em 2030.

A saúde mental dos adolescentes apresentou declínio nos últimos 30 anos.

O estudo também revelou que a saúde mental dos adolescentes apresentou um declínio cognitivo notável nas últimas três décadas em países com dados disponíveis. Dos pontos de vista dos pesquisadores, esse fenômeno pode ter sido intensificado pela pandemia de Covid-19.

Em 2030, a Comissão prevê a perda de 42 milhões de anos de vida saudável devido a transtornos mentais ou suicídio, representando um aumento de dois milhões em relação a 2015.

Ademais, a investigação indica as alterações climáticas como uma nova ameaça à saúde mental dos adolescentes. Os jovens de atualmente são a primeira geração que vivenciará toda a vida com uma temperatura média global anual consistentemente 0,5 °C mais alta do que os níveis pré-industriais. Em 2100, a projeção é que 1,9 bilhões de adolescentes residam em um mundo que deverá estar 2,8 °C acima dos níveis pré-industriais.

Uma revisão sistemática realizada pela Comissão identificou que tanto eventos climáticos extremos de ação rápida (tais como furacões e inundações) quanto efeitos de ação mais lenta (como a insegurança alimentar crônica) influenciam condições de saúde mental em adolescentes, incluindo transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade e depressão.

A saúde e o bem-estar dos adolescentes em todo o mundo encontram-se em um ponto crítico, com avanços contraditórios nas últimas três décadas. Apesar da redução no consumo de tabaco e álcool e do aumento na participação no ensino secundário e superior, o sobrepeso e a obesidade aumentaram até oito vezes em alguns países da África e da Ásia nas últimas três décadas, e há um crescente fardo de problemas de saúde mental entre adolescentes em todo o mundo, conforme analisa Sarah Baird, professora da Universidade George Washington e copresidente da Comissão, em comunicado.

Investir na saúde e no bem-estar dos jovens é fundamental para proteger o nosso futuro em comum. É preciso priorizar o investimento na saúde e no bem-estar dos adolescentes através de ações que incluem o reforço das escolas, para assegurar a saúde e o bem-estar e garantir o acesso universal aos cuidados de saúde para adolescentes.

Jovens com problemas de saúde mental utilizam redes sociais por mais tempo.

Fonte: CNN Brasil

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